• Carregando...
Javier Milei, o presidente da Argentina, enfrenta primeira crise estrutural na Casa Rosada
Javier Milei, o presidente da Argentina, enfrenta primeira crise estrutural na Casa Rosada| Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Após a renúncia nas últimas horas do ministro da Infraestrutura da Argentina, Guillermo Ferraro, o presidente Javier Milei está cogitando rebaixar a pasta ao status de Secretaria e incluí-la na órbita do Ministério da Economia, liderado por Luis Caputo, um dos homens mais fortes de seu gabinete.

Segundo relatou a imprensa argentina na noite de quinta-feira (25), o presidente teria pedido a Ferraro que deixasse o governo depois de, supostamente, ter vazado informações sensíveis de reuniões de gabinete.

Outras versões apontam, porém, que o motivo subjacente seria um mau relacionamento entre Ferraro e Nicolás Posse, chefe de gabinete e pessoa mais próxima de Milei no atual Executivo juntamente com sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da presidência.

O governo ainda não deu uma versão oficial, enquanto a imprensa aguarda a coletiva que o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, oferece diariamente na Casa Rosada.

No entanto, Milei - muito ativo nas redes sociais - “curtiu” ontem à noite uma publicação feita em uma conta pertencente a um membro da coligação A Liberdade Avança, Osvaldo 'Beto' Mendeleev, enquanto se esperava alguma declaração oficial sobre Ferraro. "Atenção. O Ministério das Infraestruturas deixará de existir e passará a ser uma Secretaria sob a órbita de Toto (apelido de Luis) Caputo, superministro da Economia. Boa decisão. Não há dinheiro", diz a mensagem curtida por Milei.

Enquanto se aguarda a decisão do Executivo, o fato é que a pasta da Infraestruturas conta atualmente com importantes Secretarias: Transportes, Obras Públicas, Mineração e Comunicações.

Destas, a de Obras Públicas é uma das áreas mais difíceis de gerir, já que, tanto durante a campanha como posteriormente como presidente, Milei avisou que irá reduzi-las ao mínimo e procurar financiá-las com capital privado.

O pano de fundo da primeira crise do governo, que se iniciou apenas 46 dias após a posse do libertário, em 10 de dezembro, é a dificuldade que Milei encontra em encontrar apoio suficiente para avançar o trâmite parlamentar de seu principal projeto: as Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, conhecida como "Lei Ómnibus".

Na véspera, vazaram algumas declarações do presidente sobre cortes no repasse de verbas para as províncias argentinas, supostamente proferidas na reunião ministerial, que estariam na origem da demissão de Ferraro, por tê-las divulgado para fora do gabinete.

Milei se referia aos governadores das províncias, ratificando o que o ministro da Economia, Luis Caputo, disse anteriormente nas redes sociais. “O déficit zero não se negocia”, escreveu Caputo em sua conta no X, onde alertou que, se não forem aprovadas todas as medidas econômicas propostas na "Lei Ómnibus", “o ajuste será maior, fundamentalmente para as províncias”, embora ao mesmo tempo tenha advertido que não estava fazendo uma ameaça.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]