O presidente em Exercício venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou ontem que o corpo do presidente Hugo Chávez será embalsamado e permanecerá em exposição, em uma urna de vidro, por mais sete dias. Depois, diz, ficará "eternamente" exposto, "como os de Lenin e Mao Tsé-tung", no Museu da Revolução, em Caracas.
O corpo passará ainda por um quartel no emblemático bairro do 23 de Enero, local onde Chávez organizou sua intentona golpista, em 1992, e um dos principais bastiões chavistas da capital venezuelana.
Maduro afirmou ainda que o quartel será o "primeiro local de repouso" do corpo e que, depois, serão tomadas medidas "que o povo pediu", em provável referência à transferência futura de Chávez ao Panteão Nacional.
Os detalhes do eventual enterro, portanto, ainda não estão claros.
Desde a manhã de ontem, milhares de pessoas enfrentam filas quilométricas, com duração de até dez horas, para poder ver o corpo do mandatário por alguns segundos.
Os restos mortais do presidente chegaram à capela da Academia Militar na noite de quarta-feira e, desde então, formaram-se longas filas de aliados para se despedir do mandatário, muitos deles de vermelho (cor símbolo do chavismo) ou com fotos e bonecos de Chávez.
Hoje será realizada uma cerimônia fúnebre com a presença de diversas autoridades. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estão em Caracas.
Corpo
Segundo pessoas que passaram pelo caixão, o corpo de Chávez foi vestido com um terno verde-oliva, cor de sua farda, e gravata preta, além da clássica boina vermelha que o acompanha desde quando era militar.
Os seguidores dizem que é possível ver metade do corpo pelo vidro, sendo que a bandeira venezuelana cobre o resto. Além da roupa, foi colocada uma faixa vermelha escrito "Milícia", em referência ao grupo de 120 mil civis que ele formou para o golpe de 1992.
Morte
O chefe da guarda presidencial, general José Ornella, disse ontem que Chávez pediu que não o deixassem morrer, horas antes de não resistir a um enfarte. O infarto teria decorrido de complicações causadas pelo câncer, que o deixou internado por três meses antes de morrer.
Ele disse que o último pedido do dirigente foi feito apenas com os lábios, porque não podia falar.