O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro | Foto: Distribuição/Presidência Venezuela/AFP| Foto:

Falando pela segunda noite consecutiva em cadeia nacional de rádio e televisão, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a demissão do ministro da Energia e presidente da estatal venezuelana de energia Corpoelec, o general Luis Motta Domínguez.

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O anúncio se dá após uma série de apagões nacionais, que começaram em 7 de março. Motta, que estava ocupando os cargos há quatro anos, será substituído pelo engenheiro eletricista Igor Gavidia.

"Decidi designar um trabalhador da indústria elétrica com 25 anos de experiência, engenheiro eletricista, que já teve diversas responsabilidade", disse o ditador, que também agradeceu Motta Domínguez por estar à frente da pasta durante "uma guerra incessante". "Pedi a ele que descanse e se prepare para outras responsabilidades no campo da revolução".

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Gavidia é o primeiro ministro não militar que Maduro designa para a pasta de Energia – antes de Motta, o ex-militar Jesse Chacón ocupou o cargo. Foi presidente da antiga empresa Electrificación del Caroní (Edelca), responsável pela geração de energia na região de Guayana, onde está localizada a usina hidrelétrica de Guri, fonte de 80% da eletricidade consumida pela Venezuela. Também ocupou outros cargos no regime chavista, como o de vice-ministro da Energia e o de diretor do Centro Nacional de Despacho da pasta.

Gavidia assume o ministério um dia depois que Maduro anunciou um plano de racionamento de energia na Venezuela, que durará ao menos um mês.

"Aprovei um plano de 30 dias de um regime de administração de carga, de equilíbrio no processo de geração, de transmissão e de consumo [de energia] em todo o país, colocando ênfase em garantir o serviço de água", disse Maduro.

O regime também anunciou a suspensão das aulas e atividades escolares e determinou que o expediente de trabalho deverá ser encerrado às 14h no setor público e nas empresas. Não foi informado, porém, até quando essa medida será mantida.

O regime chavista sustenta que os apagões são causados por "ataques terroristas" realizados a mando de países estrangeiros. Porém, a oposição e especialistas do setor elétrico defendem uma versão diferente: a falta de manutenção e investimentos causou falhas graves no Sistema Elétrico Nacional.

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"As falhas registradas à noite não são ataques articulados, é simplesmente negligência e não há como atender a demanda. Eles devem dizer a verdade e informar a população que eles não têm os mecanismos necessários para resolver a situação. Em vez disso, o partido no poder continua a mentir para o país", disse José Aguillar, engenheiro e especialista em sistemas de geração de energia elétrica.

No domingo, apagões que ainda persistem em várias áreas do país geraram protestos. As manifestações foram reprimidas por milícias ligadas a Maduro, os chamados "colectivos".