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ameaça atômica

Após teste nuclear, EUA pressionam China a mudar relação com Pyongyang

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, externou sua preocupação com a situação atômica envolvendo a Coreia do Norte e seus aliados | SAUL LOEB/AFP
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, externou sua preocupação com a situação atômica envolvendo a Coreia do Norte e seus aliados (Foto: SAUL LOEB/AFP)

Dois dias depois de a Coreia do Norte fazer um teste nuclear, o governo dos Estados Unidos pressiona a China a mudar a relação com o regime de Kim Jong-un. Pequim é o aliado mais importante do país comunista.

Nesta sexta (8), o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que deixou claro ao chanceler chinês, Wang Yi, que a atual abordagem com Pyongyang não evitou que o país mantivesse seu programa nuclear. “A China tem uma abordagem própria, que nós concordamos e respeitamos, tanto é que demos espaço para que a implementassem. Hoje deixei bem claro que ela não está funcionando e e que não podemos continuar como está.”

Em nota, a Chancelaria chinesa não comentou diretamente sobre as críticas de Kerry. “Wang Yi reiterou que a China tem se dedicado fortemente ao objetivo de desnuclearizar a península e manter a paz e a estabilidade na região.”

O teste nuclear, que o regime norte-coreano disse ter sido de uma bomba de hidrogênio, irritou tanto americanos como chineses. Diferentemente de vezes anteriores, os dois países não foram informados sobre o exercício por Pyongyang.

A China compra 90% das exportações norte-coreanas. Apesar da irritação do governo, o jornal “Global Times”, ligado ao Partido Comunista, disse ser injusto esperar que a China consiga mudar sozinha a atitude dos norte-coreanos.

“Não haverá esperança em por um ponto final no programa nuclear norte-coreano enquanto Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão não mudarem suas políticas. Depender apenas da pressão chinesa para forçar o Norte deixar seu programa nuclear é uma ilusão”, disse a publicação, em editorial.

Tanto a China quanto os Estados Unidos preparam sanções contra os norte-coreanos. No Congresso dos EUA, os líderes democratas e republicanos têm a intenção de aumentar as pressões contra os financiadores do regime comunista.

Porém, a expectativa é que as novas medidas não provoquem uma forte pressão aos norte-coreanos, já fortemente afetados por diversas sanções aprovadas depois dos três testes nucleares anteriores -em 2006, 2009 e 2013.

Segundo um diplomata informou à agência de notícias Reuters, a Coreia do Norte vai continuar a fazer testes nucleares até que a China, os Estados Unidos e a Coreia do Sul aceitem assinar um tratado para dar fim à Guerra da Coreia.

A Guerra da Coreia, que ocorreu entre 1950 e 1953, terminou com um armistício, e não um tratado de paz, assinado pelos Estados Unidos, representando as forças da ONU, os militares da Coreia do Norte e o Exército chinês.

Propaganda

Nesta sexta, milhares de pessoas foram às ruas de Pyongyang para as celebrações do teste nuclear e do aniversário de Kim Jong-un, em ato orquestrado pelo governo. Imagens da televisão estatal mostram as pessoas dançando nas ruas.

Enquanto continua a pressão internacional contra o regime de Pyongyang, a vizinha Coreia do Sul acionou os alto-falantes de propaganda contra o regime do vizinho na zona desmilitarizada que dividem os dois países.

Ao meio-dia (1h em Brasília), os sul-coreanos começaram a transmitir notícias críticas a Kim Jong-un, informações internacionais, radionovelas e músicas de pop sul-coreano, proibidas do lado comunista da península.

Em resposta, Pyongyang começou a transmitir propaganda a favor do regime em seus alto-falantes. O recurso é usado desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953) e foi aplicado pela última vez por Seul em agosto de 2015.

Para o chanceler britânico, Philip Hammond, a propaganda é contraproducente. “Nós temos que ser maiores que os norte-coreanos. Sabemos que respondendo desta maneira só morderemos a isca que a Coreia do Norte nos dá.”

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