Democratas e republicanos começaram ontem a gastar suas últimas munições eleitorais na reta final da campanha. Logo após a queda de braço de segunda-feira à noite no terceiro e último debate presidencial, os dois candidatos partiram em busca de votos nos estados onde a disputa ainda é considerada indefinida.
O presidente e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, começou em Belray Beach (Flórida), a poucos minutos de onde ocorreu o último debate, uma viagem por seis estados, que inclui uma parada em Chicago na quinta-feira para votar antecipadamente.
Seu rival republicano, Mitt Romney, esteve ontem em Nevada e no Colorado, os dois principais estados do oeste, que poderão decidir o resultado da disputa.
O confronto se concentrará na Flórida, Ohio, Virginia, Wisconsin, Iowa, Colorado, Nevada e New Hampshire. Nos últimos dias, alguns analistas passaram a incluir na categoria de estados ainda em jogo Michigan e Pensilvânia, que até recentemente eram computados para a coluna da reeleição de Obama, e onde o presidente ainda tem vantagem de 5 e 4,8 pontos porcentuais, respectivamente, segundo a média das pesquisas do Real Clear Politics. Mas nem todos aceitam esta avaliação. "Vou acreditar nisso no dia que vir a campanha de Romney gastando um grande volume de dinheiro na Pensilvânia, o que ainda não aconteceu", disse o estrategista democrata Robert Shrum, que atuou na campanha presidencial de John Kerry, derrotada por George W. Bush em 2004.
As pesquisas apontam o eleitorado democrata menos entusiasmado, e por isso a campanha de Obama tem como mote convencer os eleitores a irem às urnas já que o voto não é obrigatório.
O presidente precisa mobilizar especialmente as fatias do eleitorado onde sua vantagem é maior: as mulheres, os latinos e os jovens. Entre as mulheres, Obama está 8 pontos percentuais à frente de Romney, mas este já é um diferencial menor que os 13 pontos de vantagem que registrou sobre o senador republicano John McCain, seu adversário nas eleições de 2008.
Os republicanos também deixaram claro que "vão fazer de tudo" nestas duas semanas. "Continuamos trabalhando como se fosse o primeiro dia de campanha e vamos fazer de tudo para ganhar no dia 6 de novembro", disse Sharon Castillo, porta-voz da campanha de Romney.
Os republicanos devem atacar os democratas em comícios e anúncios eleitorais com o assunto que mais incomoda: a economia, uma área na qual os porta-vozes de Obama reconhecem sua fraqueza.