Moradores da cidade russa de Beslan, ainda culpando as autoridades e dominados por um sentimento de raiva, pararam em silêncio neste sábado para marcar o primeiro aniversário da morte de centenas de suas crianças durante o cerco a uma escola.
O presidente Vladmir Putin, que se encontrou com pais de Beslan na sexta-feira, ordenou que promotores de Moscou checassem falhas das autoridades e o caos que marcou o fim da ocupação da escola por radicais separatistas da Chechênia.
Com lágrimas nos olhos, os moradores fizeram um minuto de silêncio após lotar a escola neste sábado e depositaram coroas de flores no memorial dedicado às 331 pessoas mortas, a maioria delas em uma explosão seguida de incêndio e tiroteio no último dia da ocupação.
Uma lista de mortos levou 22 minutos para será lida, e as ruas da cidade ficaram vazias. Mais de 12 mil pessoas participaram da última cerimônia em três dias de luto. Crianas, chorando, soltaram balões brancos, um para cada pessoa morta.
Padres ortodoxos confortaram os habitantes, que se dirigiram depois aos milhares para o cemitério onde centenas de pombas brancas foram soltas.
Uma larga faixa de flores vermelhas atravessava o ginásio de esportes da escola, local em que mais de mil crianças e pais foram detidos por guerrilheiros armados.
- Esse é o lugar onde os terroristas caminharam, então nós o cobrimos com flores para que ninguém possa mais passar por aqui - disse Svetlana Psgoyena, que perdeu sua neta no incidente.
- Nossas crianças estarão para nós no paraíso e elas ficariam assustadas ao ver alguém andando nesse lugar.
Durante os três dias de luto, os moradores de Beslan demonstraram fúria contra as autoridades, por acreditar que houve falhas em impedir o seqüestro da escola.
Putin afirmou no sábado que uma terceira investigação sobre o incidente será iniciada por promotores em Moscou.
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