Autoridades no Quirguistão fizeram os últimos preparativos neste sábado (26) para um plebiscito constitucional num clima de medo depois que o país viveu algumas das cenas de pior violência étnica da sua história contemporânea.
O presidente interino Roza Otunbayeva, que assumiu o poder depois que protestos derrubaram o presidente Kumanbek Bakiyev, negou-se a atender pedidos para adiar o plebiscito depois dos confrontos violentos entre uzbeques e quirguizes.
Ao menos 275 pessoas, provavelmente centenas mais, morreram nos confrontos e centenas de milhares de pessoas foram desalojadas. Há partes da região sul, mais instável, que continuam em ruínas.
Otunbayeva diz que o plebiscito deve ser realizado para criar um novo sistema de governo que dará mais poder a um Parlamento democrático, uma mudança dramática na região da Ásia Central, onde é comum que os presidentes tenham ligação com o antigo regime soviético.
Perto do centro da cidade de Osh, uma escola de elite para quirguizes da era soviética continuou intacta apesar dos vários dias de confrontos duros. A escola preparava-se para o plebiscito com um novo grupo de autoridades eleitorais quirguizes checando as urnas numa sala de álgebra.
"Atualmente, há apenas caos em Osh. Precisamos acabar com isso tudo, por isso é que queremos esse referendo", disse a presidente da zona eleitoral, Ainura Esmatova.