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Eleição na Argentina

Após votar, Cristina Kirchner se recusa a dar conselhos ao próximo presidente

Cristina Kirchner (em imagem de arquivo), na primeira eleição em que não disputa nenhum cargo em 20 anos, não quis dar conselhos após votar em Santa Cruz (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se recusou neste domingo (19) a dar “conselhos” ao próximo presidente do país, que sairá da disputa de hoje entre o peronista Sergio Massa e o libertário Javier Milei.

“Ninguém pode reivindicar a faculdade de dar conselhos”, disse a ex-presidente após votar em Río Gallegos, na província de Santa Cruz, onde está registrada e onde disse que aguardará os resultados do segundo turno.

Cristina, que não se demorou muito diante dos jornalistas que a esperavam, apenas afirmou que “é muito forte o fato de este ser o segundo segundo turno da democracia”, em alusão ao único precedente até então, no qual o então candidato de centro-direita Mauricio Macri venceu o peronista Daniel Scioli em 2015 em segunda votação.

Nos 40 anos de democracia pós-ditadura militar (1976-1983), todos os presidentes venceram no primeiro turno, exceto o já mencionado Macri e em 2003, quando os peronistas Carlos Menem e Néstor Kirchner não obtiveram votos suficientes e foram para um segundo turno.

No entanto, Menem desistiu da disputa e o então governador de Santa Cruz iniciou o mandato que terminaria em 2007.

A própria Cristina obteve seus dois mandatos graças a duas vitórias no primeiro turno: em 2007, com quase o dobro de votos da sua rival mais próxima, Elisa Carrió (45,28% contra 23,05%), e em 2011, sobre Hermes Binner, com a segunda maior diferença da história, 37,3 pontos, superada por apenas 14 décimos por Juan Domingo Perón em 1973.

A eleição de 2023 é a primeira nos últimos 20 anos em que a atual vice-presidente não concorreu a nenhum cargo, pois, além de ter sido primeira-dama durante a presidência de Néstor Kirchner e presidente em duas oportunidades, foi senadora em diversas legislaturas.

Cerca de 35,8 milhões de argentinos estão aptos a votar hoje, com o voto sendo obrigatório para cidadãos de entre 18 e 70 anos e facultativo para maiores de idade e para adolescentes de 16 e 17 anos, bem como para residentes no exterior.

Os candidatos à presidência chegaram ao segundo turno depois que no primeiro Massa obteve 36,78% dos votos e Milei, 29,99%.

Em dezembro do ano passado, Cristina Kirchner foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos por irregularidades na concessão de 51 obras públicas ao empresário Lázaro Báez na província de Santa Cruz, berço político do kirchnerismo, durante as presidências de Néstor e dela.

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