Funcionárias realizaram protesto este mês depois que mais de 250 colegas de trabalho tiveram intoxicação alimentar| Foto: IndustriALL Global Union
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A Apple informou nesta quarta-feira (29) que colocou em “monitoramento” uma fábrica da terceirizada Foxconn na Índia devido a más condições de trabalho. As instalações, localizadas na cidade de Sriperumbudur e onde cerca de 17 mil funcionários trabalham na montagem de iPhones e acessórios, haviam sido fechadas temporariamente em 18 de dezembro e não foi dado prazo para sua reabertura.

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“As instalações de Sriperumbudur da Foxconn foram colocadas em monitoramento e vamos garantir que nossos padrões rígidos sejam atendidos antes da reabertura das instalações. Continuaremos monitorando as condições de perto”, informou um porta-voz da Apple.

A big tech não detalhou o que esse monitoramento representa. No ano passado, ao impor a mesma medida a outro fornecedor com fábrica na Índia, a Wistron Corp, por não pagamento de salários, a Apple explicou que não concederia novos negócios à empresa até que mudasse a forma como seus funcionários eram tratados.

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Funcionárias da fábrica da Foxconn em Sriperumbudur realizaram protestos no início de dezembro depois que mais de 250 colegas de trabalho tiveram intoxicação alimentar – destas, 159 precisaram ser hospitalizadas.

A IndustriALL Global Union, movimento sindical internacional, relatou na semana passada que a maioria dos funcionários da fábrica são imigrantes sem contratos de trabalho, carteiras de identidade ou qualquer prova de vínculo empregatício com a Foxconn.

“As trabalhadoras recebem baixos salários, não têm acesso à proteção social e têm dificuldades para se sindicalizar ou negociar coletivamente”, destacou a IndustriALL, em comunicado.

“São obrigadas a se hospedar em albergues, que dizem estar lotados e carecer até de comodidades básicas. De 20 a 40 trabalhadoras ficam alojadas em um quarto que pode acomodar no máximo dez pessoas e esses quartos não têm ventilação adequada. Alimentação de qualidade e higiênica não é fornecida”, apontou a entidade, que acrescentou que as funcionárias só podem sair da fábrica em caso de emergência (e ainda assim com descontos nos salários), não têm permissão para usar celulares dentro da empresa e sua movimentação é restringida, situações que sindicatos locais comparam a condições de trabalho forçado.

A Apple informou que auditores independentes fizeram avaliações adicionais na fábrica e constataram que dormitórios e refeitórios usados ​​pelos funcionários não atendiam aos requisitos da empresa. A Foxconn admitiu os problemas e apontou que está tomando medidas para melhorar a administração local, instalações e serviços, enquanto todos os funcionários continuam sendo pagos.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]