Caravana de migrantes cruza o México em direção aos Estados Unidos: países da América do Norte querem cooperação continental para lidar com fluxos migratórios.| Foto: Angel Hernandez/EFE
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A Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos no setor de San Diego elogiou a cooperação do governo mexicano na apreensão de 711 migrantes de Brasil, Venezuela e Portugal entre 23 de outubro e 9 de novembro. “O apoio do México continua a desempenhar um papel vital na luta contra os contrabandistas que exploram as pessoas para obter ganhos monetários”, declarou, em um tom incomum, o chefe da Patrulha de San Diego, Aaron Heitke. “Agradecemos-lhes por seu apoio e continuaremos nosso esforço conjunto para levar estes criminosos à justiça”, completou.

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“Nas últimas semanas, agentes de Patrulhas de Fronteira no Setor de San Diego encontraram um número crescente de grupos de migrantes de tamanho incomum, variando de aproximadamente 50 a 90 pessoas de nacionalidades portuguesa, venezuelana e brasileira”, relatou o agente supervisor Tekae Michael.

Em 4 de novembro, a patrulha prendeu 75 pessoas do Brasil, da Venezuela e de Portugal que foram encontradas trancadas em um caminhão. O motorista e um companheiro que eram os contrabandistas, ambos de nacionalidade mexicana, foram presos. Entre 28 de outubro e 9 de novembro, agentes fronteiriços encontraram outros cinco grupos de 43, 49, 73, 84 e 93 pessoas, em sua maioria brasileiros e venezuelanos. Em 27 de outubro, os agentes de segurança detiveram um grupo de 67 homens, mulheres e crianças do Brasil e da Venezuela. Um dia antes, encontraram dois outros grupos, um com 86 brasileiros e outro com 69 pessoas do país, detidos no mesmo local. Antes disso, em 23 de outubro, 72 homens, mulheres e crianças do Brasil e da Venezuela foram detidos em San Ysidro enquanto tentavam cruzar a fronteira através de um bueiro.

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EUA querem novo plano regional de imigração na Cúpula das Américas

O governo dos Estados Unidos quer impulsionar uma nova estrutura para a gestão dos fluxos migratórios que todos os países do continente possam seguir, e gostaria de tê-la definida para a Cúpula das Américas, que acontecerá no meio do ano que vem justamente em território americano. A informação foi fornecida à reportagem por uma funcionária do alto escalão do governo dos EUA durante a 9.ª Cúpula de Líderes da América do Norte, que reuniu na Casa Branca os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e do México, Andrés Manuel López Obrador, juntamente com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

O “pacto regional sobre migração e proteção” reconhecerá que as Américas têm agora números históricos de pessoas migrando por uma variedade de razões, e que é improvável que essa tendência acabe nos próximos anos. “Acreditamos que na próxima década continuaremos atravessando diferentes fenômenos de deslocamento, e queremos aproveitar este momento para lançar as bases de como eles devem ser tratados”, detalhou a fonte, que solicitou anonimato. “Precisamos dar mais apoio às comunidades que estão recebendo um grande número de migrantes e refugiados”, acrescentou. A funcionária lembrou que na América do Sul muitos países estão recebendo milhões de venezuelanos, haitianos e cubanos, e que agora movimentos secundários estão começando a ocorrer como resultado da pandemia. “Precisamos considerar como apoiamos esses países anfitriões”, disse.