Os líderes da União Européia chegaram na madrugada deste sábado a um acordo sobre as finanças do bloco que pode representar um alívio após um ano de crise, marcado pelo fracasso na tentativa de aprovação da primeira Constituição em referendos. Os seis meses da presidência rotativa da Grã-Bretanha se encerraram com um êxito de Tony Blair, que conseguiu aprovar o orçamento, considerado por ele bom para a Europa, apesar de austero.
O orçamento, para o período de 2007 a 2013, prevê ajuda ao desenvolvimento de dez países mais pobres do bloco (os dez que ingressaram na União Européia em 2004) e, nas palavras do premier britânico "permite à Europa seguir adiante e mostrar solidariedade aos novos membros".
Blair anunciou que a Grã-Bretanha devolverá cerca de 10,5 bilhões de euros da ajuda anual que recebe da União Européia como compensação pelo pouco aproveitamento que tira das ajudas agrícolas européias. Em troca, conseguiu dos sócios a promessa de que a estrutura do orçamento europeu será reexaminada na metade do período (2008 e 2009), ainda que os ajustes, especialmente qualquer um que se refira aos subsídios agrícolas, não serão introduzidos antes de 2013.
Seu principal rival nas negociações, porém, o presidente francês Jacques Chiraca, não mediu esforços para elogiar o gesto "politicamente difícil de Blair".Também o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, mudou o tom para exaltar o premier britânico, a quem há poucas semanas chegou a comparar aos "xerife de Nottingham" que tirava dinheiro dos pobres para dar aos ricos, depois de uma primeira oferta de orçamento ainda mais austera.
Blair, no entanto, não escapou das críticas da imprensa britânica, que viu uma "rendição" no acordo, que não prevê mudanças na Política Comum de Agricultura, classificada pela mídia de obsoleta e que beneficia principalmente França, Espanha e Itália.
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