O ataque sem precedentes do Hamas à Israel acontece num contexto de aproximação do Estado israelense à Arábia Saudita. Historicamente ligada à Liga Árabe, que pede a implementação de uma solução de dois Estados com base nas fronteiras de Israel de 1967, com Jerusalém Oriental como a capital palestina, os árabes sempre foram reticentes ao estabelecimento de relações formais antes da solução definitiva da questão. O país também não reconhece Israel como estado independente, conforme declaração da ONU, em 1948.
Recentemente, com o forte apoio dos Estados Unidos, os governos saudita e israelense estavam negociando um acordo de alianças diplomáticas. A Arábia quer, em troca, a garantia de segurança americana e o apoio ao seu programa nuclear.
A aproximação dos dois estados isolaria o Irã, inimigo dos dois países, com fortalecimento da parte ocidental. O país, que apoia as milícias palestinas em Gaza e lidera o chamado Eixo de Resistência contra Israel, que inclui o Hamas, o grupo libanês Hebzollah e a Síria, aprovou a investida surpresa do Hamas e garantiu estar ao lado dos palestinos até a “libertação de Jerusalém”.
Segundo a agência de notícias iraniana “ISNA”, o conselheiro da autoridade máxima da República Islâmica do Irã, Rahim Safavi, parabenizou “os combatentes palestinos”. Vídeos divulgados na imprensa do país enquanto mostram membros do Parlamento iraniano se levantando com os punhos erguidos e entoando palavras de ordem em apoio ao Hamas. “Israel está destruído, a Palestina está vitoriosa”, cantavam.
A Arábia Saudita pediu, neste domingo, o fim imediato dos combates em Israel e na Faixa de Gaza. Uma declaração feita pelo Ministério das Relações Exteriores solicitou que ambos os lados "protejam os civis e usem de moderação".
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