O presidente do Grupo Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), Rajendra Pachauri, afirmou nesta segunda-feira que o aquecimento da Terra se tornou mais visível.
Desde o último relatório do IPCC, de 2001, "as evidências da mudança climática ficaram mais claras", destacou Pachauri após a sessão de abertura da conferência, na qual especialistas e governos devem aprovar um novo documento sobre as bases científicas da realidade desse aquecimento. O relatório será divulgado na sexta-feira.
Segundo informações não confirmadas, o relatório do IPCC prevê um aquecimento climático maior do que o previsto em 2001, quando foi anunciado que a temperatura da Terra aumentaria entre 1,4 e 5,8 graus Celsius. De acordo com estas primeiras informações, os cientistas prevêem que o crescimento ficará entre dois e 4,5 graus Celsius, sendo três graus Celsius a opção mais provável.
Pachauri disse esperar que o relatório ajude a enfrentar as conseqüências do aumento da temperatura global, mas ressaltou que tomar as medidas políticas necessárias não é papel do IPCC, mas sim dos governos.
O presidente do grupo de mais de 500 especialistas internacionais, que nos últimos quatro anos analisaram os estudos científicos publicados sobre a mudança climática, afirmou que nunca um tema havia gerado no mundo "tanta fome de conhecimento científico".Membro da delegação da Índia assiste a conferência do IPCC na sede da Unesco, em Paris - EFE
Quanto aos trabalhos da conferência, que acontece na sede da Unesco até a próxima quinta-feira, Pachauri disse que o documento tem que ser aprovado "palavra por palavra, linha por linha" pelos representantes dos governos. O presidente do IPCC não quis entrar na questão das alterações que podem ser feitas no texto devido à pressão dos Estados.
Uma dos co-presidentes do IPCC responsável pelo relatório sobre as bases científicas da mudança climática, Susan Solomon enfatizou a seriedade de seu trabalho. Ela disse que mais de 500 cientistas ajudaram a elaborar o documento - 75% dos quais não haviam participado da redação da edição publicada em 2001.
Susan também afirmou que mais de 30 mil sugestões foram levadas em consideração na elaboração da minuta, mas especificou que "esta semana é a mais importante", já que o texto terá de ser aprovado.
- A ciência pode ser uma fonte de luz para todo o mundo, e o IPCC pode ser uma tocha das mais luminosas - afirmou ela.
Após aprovar o documento esta semana em Paris, o IPCC deve adotar ainda este ano outros três: um sobre os impactos, a adaptação e a vulnerabilidade à mudança climática, em Bruxelas, no dia 6 de abril; outro sobre a atenuação destes efeitos, em Bangcoc, no dia 4 de maio; e o último será uma síntese para os responsáveis políticos, a ser aprovado no dia 16 de novembro, em Valência, na Espanha.
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