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Muitos no Oriente Médio acreditam que Barack Obama não conseguiu cumprir as promessas de uma nova abordagem dos EUA na região, mas ainda preferem ele como presidente do que o rival republicano Mitt Romney, que eles veem como muito perto de Israel e muito interessado em projetar o poderio militar norte-americano.

Quem ganhar a eleição de 6 de novembro enfrentará um nó de questões regionais que não será fácil de desfazer. As potências mundiais estão divididas sobre o conflito na Síria, a disputa sobre as ambições nucleares do Irã continua e as negociações de paz entre palestinos e israelenses não estão indo a lugar algum.

Para compor o desafio, o Oriente Médio é uma região onde percepções de uma influência menor dos EUA foram endurecidas por revoltas árabes que derrubaram ditadores que eram aliados de longa data dos EUA, colocando islâmicos em seu lugar.

"Eu sou um dos que está muito decepcionado com Obama", disse Hassan Nafaa, professor da Universidade do Cairo, onde o presidente dos EUA, em seus primeiros meses no cargo, falou de "um novo começo" entre os Estados Unidos e os muçulmanos.

"Ele não cumpriu... Mas eu acho que ele é muito melhor do que Romney", acrescentou Nafaa, que ouviu o discurso no Cairo em junho de 2009. "Eu não aprecio de forma alguma a direita nos Estados Unidos, com a sua preferência para usar força militar extensiva."

Grande parte do Oriente Médio mudou dramaticamente durante o primeiro mandato de Obama. Mas as revoltas da "Primavera Árabe" que derrubaram autocratas na Tunísia, Egito, Iêmen e Líbia, foram impulsionadas por movimentos de rua em vez de uma política dos EUA, ainda que aviões de guerra norte-americanos e europeus tenham auxiliado rebeldes líbios.

Alguns ativistas egípcios também criticam o governo Obama por ser lento demais em abraçar as mudanças. Mohamed Adel, porta-voz do movimento 6 de abril que esteve à frente da revolta de 2011 que derrubou Hosni Mubarak após 30 anos no poder, lembra que Obama não teve papel integral de apoio na revolução do Egito.

Comparações

Romney acusou Obama de ser um condutor fraco do poder dos EUA, prometendo, entre outras coisas, impulsionar a presença naval norte-americana no Oriente Médio. Ele também disse que seria um melhor amigo de Israel, uma nação que Obama não visitou no cargo.

Esse tipo de linguagem aciona alarmes na região e gera comparações com as políticas do presidente George W. Bush, criticado por muitos árabes por liderar uma invasão do Iraque.

Enquanto os árabes assistiam ao último dos três debates presidenciais televisionados na segunda-feira à noite, um espectador, Ahmed Zaki, escreveu sobre Romney no Twitter dizendo: "Ele não difere muito de Bush".

Mas ambos os candidatos decepcionaram o veterano negociador palestino Hanan Ashrawi durante o debate sobre política externa em que Israel foi citado mais de 30 vezes e os palestinos receberam menção apenas passageira.

"Nós não vimos no debate nenhum sinal de que tem a espinha dorsal e a visão para trazer uma paz justa", disse Ashrawi, acrescentando que os candidatos estavam competindo sobre "quem é mais leal a Israel".

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