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Chanceleres da Liga Árabe aprovaram neste sábado (29) um projeto de resolução que estabelece um prazo para a criação de um Estado palestino e disseram que irão apresentá-lo formalmente ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para votação dentro de dias.

Os ministros afirmaram em um comunicado divulgado após a reunião que uma comissão de acompanhamento, incluindo a Jordânia, um país árabe membro do Conselho de Segurança, começará a buscar apoio internacional para a resolução.

O chefe da Liga Árabe, Nabil al-Araby, disse que a Jordânia irá apresentar o projeto ao Conselho de Segurança nos próximos dias.

A proposta sobre um Estado palestino provavelmente não será apoiada pelos Estados Unidos, país membro permanente do Conselho com poder de veto e aliado-chave de Israel. Não está claro se os norte-americanos sequer se envolveriam em negociações formais do projeto.

Falando na abertura da sessão da Liga Árabe, no Cairo, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que Israel havia deixado seu povo sem outra opção, a não ser recorrer diretamente à comunidade internacional.

"A situação atual nos territórios palestinos não pode continuar", disse ele. "Não há mais um parceiro para nós em Israel e não nos resta outra coisa a não ser internacionalizar a questão."

No início do mês passado, a Jordânia distribuiu um projeto de resolução aos membros do Conselho de Segurança que exige o fim da ocupação israelense até novembro de 2016. Alguns diplomatas descreveram o texto redigido pelos palestinos como "desequilibrado".

França, Grã-Bretanha e Alemanha também preparam a sua própria resolução, disseram diplomatas, que estabeleceria os parâmetros para tentar acabar com o conflito. Esses países ainda não divulgaram o texto para os membros do Conselho, formado por 15 nações.

Abbas advertiu no discurso que o seu governo poderia limitar os contatos com Israel e suspender a coordenação da segurança se a resolução não for aprovada no Conselho de Segurança, e que Israel iria assumir a responsabilidade pelas consequências.

O presidente palestino já havia descrito a coordenação da segurança com Israel como necessária e até mesmo "sagrada".

Palestinos reivindicam um Estado nos territórios da Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza, sendo Jerusalém Oriental a capital. Essas terras foram capturadas por Israel na guerra de 1967.

Israel aceita a ideia de uma "solução de dois países", de um Estado palestino independente e democrático convivendo com o país judeu, mas não aceita as fronteiras de 1967 como base para as negociações finais, citando, entre outras coisas, preocupações com a segurança.

A última rodada de esforços para a construção de uma resolução conjunta fracassou em abril, e as relações entre os dois lados pioraram depois de uma guerra de 50 dias entre Israel e militantes do Hamas na Faixa de Gaza neste ano.

A França alertou na sexta-feira que reconheceria o Estado Palestino se o esforço internacional para impedir o impasse falhasse.

Parlamentares franceses realizarão uma votação simbólica em 2 de dezembro para decidir se o governo deve reconhecer os territórios palestinos como um país, após medidas similares de Suécia, Grã-Bretanha, Irlanda e Espanha.

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