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Protesto

Árabes do Paraná dizem que palestinos sofrem massacre

Foz do Iguaçu – Cerca de 50 integrantes da colônia árabe de Foz do Iguaçu realizaram ontem à tarde na Praça das Nações, centro da cidade, uma manifestação pacífica para chamar a atenção da opinião pública ao sofrimento do povo palestino no Oriente Médio. Com faixas repudiando a política norte-americana, os árabes pediam intervenção de líderes mundiais no conflito árabe-israelense.

O presidente da Associação Cultural Sírio-Brasileira, Mohamad Barakat, disse que o manifesto foi realizado agora porque os Estados Unidos e Israel estão aproveitando o advento da Copa do Mundo, que converge a atenção da mídia, para intensificar o massacre contra os palestinos inocentes no Oriente Médio. "O medo de Bush e Israel é a opinião pública", diz.

Para Barakat, as divergências entre israelenses e palestinos existem desde que Jesus Cristo foi crucificado como terrorista. Segundo ele, o interesse dos Estados Unidos no Oriente Médio é grande porque a região mantém reservas energéticas.

O fato que desencadeou a manifestação foi o massacre de uma família palestina no dia 14 de junho na Faixa de Gaza, episódio praticamente ignorado pela mídia ocidental, mas noticiado pelos canais árabes que chegam a Foz do Iguaçu. Para o sheik Ahmad Mazloum, a notícia da guerra passou a ser tão comum que faz as pessoas sentirem-se anestesiadas quanto à realidade.

A juventude árabe também participou da manifestação. Para Anuar Jaber, 22 anos, a mídia passa uma visão parcial da realidade no Oriente Médio e, por isso, é necessário ir às ruas para informação à população quanto aos fatos. Os manifestantes pretendem escrever uma carta de repúdio para ser entregue à população de Foz.

O protesto teve apoio da Igreja Católica brasileira, representada pelo bispo Dom Manuel da Rocha, e da Secretaria de Estado da Cultura, que montou estrutura no local para um evento e cedeu sistema de som aos manifestantes.

Foz do Iguaçu tem a segunda maior colônia árabe do Brasil, depois da de São Paulo (SP). São cerca de 13 mil imigrantes e descendentes, entre eles, 500 palestinos. A guerra entre palestinos e israelenses já dura mais de 50 anos e tem como saldo a morte de pelo menos 1 milhão de pessoas.

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