Países árabes foram direto ao ponto com a Rússia neste sábado, afirmando que o fato de o país não aceitar um tratamento mais duro em relação à Síria permitiu que a matança continuasse e pressionaram Moscou a apoiar o plano de paz árabe, que inclui um pedido para que o presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado russo, se afaste do poder.
O Catar, que junto à Arábia Saudita liderou os esforços para isolar Assad, também disse aos ministros árabes no Cairo e ao chanceler da Rússia, que se juntou a eles, que estava na hora de reconhecer o exilado Conselho Nacional Sírio como o representante legítimo da Síria.
Países árabes e do ocidente têm evitado dar esse passo até agora, em parte porque diplomatas disseram que o grupo não mostrou ter uma frente unida e não estava claro se ele poderia contar com o apoio dos manifestantes da Síria.
Sergei Lavrov, falando na reunião na sede da Liga Árabe no Cairo, não deu nenhuma indicação de que a posição de Moscou havia mudado. Ele disse aos árabes que a Rússia não está protegendo Assad, mas disse que um único lado não pode ser responsabilizado pela violência.
"Devemos enviar uma mensagem ao regime sírio que a paciência do mundo e a nossa também acabou, assim como o tempo de silêncio em relação aos seus atos", disse o primeiro-ministro do Catar, xeique Hamad bin Jassim al-Thani, no discurso de abertura.
Árabes, especialmente os países do Golfo que se opõem abertamente à aliança da Síria com seu rival regional Irã, ficaram frustrados com o veto da Rússia e da China à resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas baseada no plano de paz árabe.
O plano exigia o fim da violência e que Assad passasse o poder para um substituto, para que as conversações com a oposição pudessem começar.
No entanto, Moscou e Pequim apoiaram uma resolução do Conselho de Segurança que expressa uma "profunda decepção" pelo fato de a Síria ter impedido que a chefe da área de ajuda humanitária da ONU visitasse a Síria.
A Rússia e os ministros árabes dizem que eles concordaram em cinco quesitos no Cairo: a necessidade de acabar com a violência "de qualquer lado", a necessidade de um monitoramento imparcial, a oposição à intervenção estrangeira, o envio de ajuda humanitária e o apoio ao enviado conjunto da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, que está na Síria neste fim de semana.
O representante da oposição síria, Abdel Basset Seda, disse à Reuters que esses pontos da declaração conjunta não vão resolver a crise.
"A única maneira de pôr fim à crise na Síria é a implementação total do plano de paz árabe que inclui a exigência para que Bashar al-Assad entregue o poder", ele disse na Turquia, onde participava de uma reunião da oposição síria.
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