O governo da Arábia Saudita anunciou ter prendido 113 militantes da Al-Qaeda, incluindo homens-bomba que planejavam ataques contra instalações de energia no principal exportador de petróleo do mundo.
O Ministério do Interior informou que sua operação, uma das maiores dos últimos anos, deteve 58 supostos militantes sauditas e 52 de origem iemenita. O Iêmen está entre as principais preocupações de segurança do Ocidente após um ataque frustrado, em dezembro, contra um avião que ia aos EUA.
Os militantes tinham apoio da Al-Qaeda no Iêmen, acrescentou o ministério.
Os 113 militantes estavam organizados em três células, incluindo duas que planejavam ataques suicidas contra instalações do setor de segurança e de petróleo na Província Oriental, que abriga a maior refinaria de petróleo do mundo.
"Doze em duas células eram homens-bomba", disse o porta-voz para assuntos de segurança, Mansour al-Turki. "Temos evidência convincente contra todos os presos, todos tramavam ataques terroristas dentro do reino."
As autoridades apreenderam armas, munição e cintos explosivos e afirmaram que os militantes estavam ligados a um "grupo dissidente que escolheu o Iêmen como base para lançar suas operações criminosas", empregando termos usados comumente para se referir à Al-Qaeda.
"O grupo dissidente está usando elementos dentro do reino que vieram (à Arábia Saudita) sob o disfarce de trabalho ou peregrinação ou entraram ilegalmente", afirmou o ministério em um comunicando.
O governo do Iêmen, que se esforça para estabilizar o país dividido, tem estado sob pressão internacional para pôr fim a uma guerra no norte de seu território e concentrar-se no combate à Al-Qaeda, cujo braço sediado no Iêmen reivindicou a responsabilidade pela tentativa de ataque ao avião em dezembro.
A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo e aliado crucial dos EUA no Oriente Médio, foi forçada a confrontar-se com sua participação no surgimento da militância dentro do país e no exterior, quando se descobriu que cidadãos sauditas estavam por trás dos ataques de 11 de setembro nos EUA.
O mentor dos ataques, o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, nasceu na Arábia Saudita.
Na fronteira com Iêmen
As autoridades informaram que as duas células de homens-bomba eram compostas por 11 sauditas e um iemenita que, segundo as autoridades de segurança, é irmão de um membro importante da Al Qaeda. Eles estariam nos estágios iniciais dos preparativos para os ataques suicidas.
Cerca de 101 militantes foram detidos na província de Jazan, no sul da Arábia Saudita, perto da fronteira com o Iêmen. Além de militantes iemenitas e sauditas, entre os presos há militantes de Bangladesh, da Eritréia e da Somália.
As datas em que foram feitas as prisões não foram divulgadas.