Demonstrações não serão toleradas na Arábia Saudita e as forças de segurança irão agir contra qualquer um que esteja tomando parte delas, avisou neste sábado (5) o ministro do Interior do país, um dia após membros da minoria xiita terem protestado na região leste do reino
A advertência é outra tentativa da Arábia Saudita de evitar o contágio dos protestos que ocorrem no mundo árabe nos últimos meses. Na semana passada, o governo saudita anunciou um pacote econômico que beneficia os cidadãos sauditas de classe média, além de um aumento de 15% em salários do funcionalismo público.
No comunicado, o ministro do Interior avisou que o reino vai proibir todas as demonstrações porque elas vão contra as leis islâmicas e os valores da sociedade, e que as forças de segurança foram autorizadas a agir contra qualquer violação da proibição.
A luz amarela acendeu em Riad depois do início dos distúrbios no Bahrein, emirado encravado entre a Arábia Saudita e o Catar. Os protestos conduzidos pela maioria xiita (70% da população) contra a monarquia bahreinita, sunita, já deixaram sete mortos.
Até agora, a Arábia Saudita - maior produtor de petróleo do mundo - não foi palco de protestos por reformas democráticas, combate à pobreza e corrupção, como os que varreram o Norte da África e partes do Oriente Médio.
No entanto, a página do Facebook convocando um "dia de ira" na capital saudita, marcado para 11 de março, já conta com centenas de apoiadores. Nos comentários, há palavras de ordem como "derrubem o regime!".
Apesar da sua riqueza petrolífera, a Arábia Saudita enfrenta um índice de desemprego que chegou a 10,5% em 2009, segundo estimativas de economistas. O reino oferece benefícios sociais a seus 18 milhões de cidadãos, mas estes são considerados menos generosos que os de outros países petrolíferos do golfo Pérsico.