O ministro do Exterior saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, durante cúpula dos Brics na África do Sul.| Foto: Marco Longari/EFE/EPA/Pool
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As autoridades da Arábia Saudita condenaram à morte o irmão de um renomado ativista saudita por supostamente postar na rede social X (o antigo Twitter) críticas à corrupção e à situação dos direitos humanos na monarquia árabe, segundo denunciou neste domingo o Centro do Golfo para os Direitos Humanos (CGHR).

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A sentença contra Mohamed bin Nasser al Ghamdi foi proferida em 10 de julho, depois de publicar com “uma conta desconhecida” na plataforma X “críticas à corrupção” e “violações dos direitos humanos” que são levadas a cabo na Arábia Saudita, relatou a ONG em um comunicado.

Seu irmão, o conceituado ativista Saeed bin Nasser al Ghamdi, exilado no Reino Unido desde 2018, afirmou em 24 de agosto, também no X, que o tribunal especializado em casos de terrorismo que julgou seu familiar não aceitou os relatórios médicos que indicavam que o condenado sofre de “doenças neurológicas crónicas”. Tampouco levaram em conta que o perfil a partir do qual foram feitas essas publicações era “desconhecido” e contava com apenas nove seguidores.

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Perante esta situação, Saeed destacou que a sentença de morte contra seu irmão, que qualificou como “farsa”, tem o objetivo de obrigá-lo a regressar à Arábia Saudita, depois de os serviços de inteligência sauditas terem realizado “tentativas fracassadas” para repatriá-lo. O dissidente foi vítima de uma campanha feroz do governo saudita contra seus opositores em 2017, que levou a uma onda de detenções contra defensores dos direitos humanos, e em 2018 buscou asilo político no Reino Unido, onde atualmente dirige a Sanad Rights Foundation, que documenta violações dos direitos humanos no reino árabe.

“A CGHR considera que isto representa uma escalada perigosa após as chocantes sentenças de prisão de décadas proferidas contra defensores dos direitos humanos (…) A Arábia Saudita foi transformada em um Estado policial repressivo por excelência”, afirmou a ONG em seu comunicado, no qual recordou que dezenas de ativistas foram recentemente detidos por suas atividades na internet. A organização também disse que “acredita firmemente que a pena de morte tem sido amplamente utilizada como uma ferramenta política pelas autoridades sauditas e tem como objetivo semear o medo no país e aterrorizar os cidadãos, especialmente os ativistas dos direitos humanos”.