A Arábia Saudita suspendeu as negociações para normalizar relações com Israel, relataram duas fontes com acesso aos bastidores da ditadura de Riad nesta sexta-feira (13) à agência Reuters.
A decisão ocorre num momento em que Israel realiza uma contraofensiva na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques do último fim de semana do grupo terrorista Hamas ao seu território.
Segundo a Reuters, uma das fontes disse que as negociações não poderiam continuar por enquanto e que a questão das concessões israelenses aos palestinos precisará ser priorizada quando as discussões forem retomadas.
Na quarta-feira (11), o príncipe herdeiro e primeiro-ministro saudita, Mohammed bin Salman, falou por telefone com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, na primeira conversa entre ambos desde que Riad e Teerã anunciaram em março o restabelecimento das relações diplomáticas, após sete anos de laços rompidos.
O fato da ditadura saudita manter contato com o Irã, acusado de ter ajudado no ataque do Hamas, indica a mudança de foco na política externa de Bin Salman devido ao conflito entre Israel e Hamas.
Um dia antes, o príncipe havia falado com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e na conversa, segundo a imprensa oficial saudita, se opôs à “expansão” do conflito e disse que Riad continua “a apoiar o povo palestino para alcançar os seus direitos legítimos a uma vida decente, alcançar as suas esperanças e aspirações e alcançar uma paz justa e duradoura”.
Em setembro, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o mundo tinha a perspectiva de um “novo Oriente Médio” com a possível normalização das relações diplomáticas entre seu país e a Arábia Saudita.
Na mesma semana, Bin Salman afirmou à emissora americana Fox News que a normalização das relações diplomáticas com Israel estava “cada dia mais próxima”.
Os sauditas condicionavam o acordo à assinatura de um pacto de defesa com os Estados Unidos, ajuda no desenvolvimento do seu programa nuclear civil e avanços para a criação de um Estado palestino.
Entretanto, após Israel firmar os Acordos de Abraão, assinados em 2020 com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein e depois estendidos a Marrocos e Sudão, a normalização das relações também com os sauditas está em suspenso.
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