Muzaffarabad, Paquistão (AFP) – Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa devastada e isolada do mundo pelo terremoto de sábado, foi cenário ontem de sobreviventes desesperados assaltando caminhões de ajuda e saqueando lojas e postos de gasolina.

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Os primeiros comboios militares que chegavam na metade do dia com os primeiros socorros foram assaltados pela população, sob o olhar estarrecido e impotente dos soldados. Em poucos minutos o material enviado para Muzaffarabad – comida, tendas, abrigos, medicamentos- desapareceu nas mãos dos habitantes, isolados desde os abalos da manhã de sábado. Desesperados, os habitantes da região clamavam por mais ajuda. "Onde está o governo? Ninguém veio aqui. As pessoas morrem de fome, perderam suas famílias, todos os seus bens", se queixava um dos sobreviventes, Akram Shah. "Há pessoas enterradas vivas e ninguém nos ajuda a encontrá-las", continuava se lamentando Shah.

No bazar da cidade antiga, os armazéns abandonados por seus proprietários eram alvo de saqueadores em busca de produtos de primeira necessidade, especialmente alimentos e água. Outras pessoas saqueavam os postos de gasolina para procurar óleo para a cozinha e a calefação. A cidade, localizada a uma altitude de 800 metros na confluência dos rios Jhelum e Neelum, tem clima frio. Também houve brigas entre saqueadores e donos de lojas e simples cidadãos.

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