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Disputa territorial

Argentina aceita mediação da ONU no conflito das Malvinas

Veterano da Guerra das Malvinas protesta no centro de Buenos Aires em dia de confrontos com policiais | Daniel Garcia/AFP
Veterano da Guerra das Malvinas protesta no centro de Buenos Aires em dia de confrontos com policiais (Foto: Daniel Garcia/AFP)

O governo argentino aceitou oficialmente ontem que a Organi­­zação das Nações Unidas (ONU) coordene eventuais negociações com o Reino Unido na disputa so­­bre a soberania das Ilhas Malvi­­nas, segundo carta enviada pelo chanceler argentino Héctor Ti­­merman.

Na sexta-feira passada, Ti­­merman reuniu-se com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a quem denunciou a "militarização" do Atlântico Sul, depois de o Reino Unido ter enviado um destróier à região das Malvinas, onde há quase 30 anos os dois países entraram em guerra pela posse das ilhas.

Na carta enviada ontem à ONU, o chanceler argentino evocou as resoluções do organismo que defendem negociações entre os dois países. Ele ressaltou que a Argentina "enfrenta a persistente negativa britânica" de cumprir com essas iniciativas.

Nas últimas semanas, foi observada uma escalada no clima de tensão entre Argentina e Reino Unido, a menos de dois meses do 30.º aniversário do começo da guerra no arquipélago. No conflito bélico de 74 dias, a Argentina foi derrotada depois de ter ocupado o território em disputa.

Portos

O anúncio de entidades sindicais argentinas de um boicote aos navios britânicos, feito na segunda-feira, não surtiu efeito ontem. Carregamentos e descarregamentos foram realizados normalmente nos portos do país.

A ameaça, convocada pela Con­­federação Argentina de Tra­­balhadores do Transporte (CATT), tem como alvo os navios de bandeira britânica e aqueles que, sendo desta mesma origem, utilizem as chamadas "bandeiras de conveniência" de outros países, afirmou a entidade em comunicado.

"Aqui está tudo funcionando normal", disse Guillermo Wade, gerente da Câmara de Atividades Portuárias de Rosário, principal agroexportador da Argentina e que abriga um dos maiores polos processadores de grãos do mundo.

O secretário-geral do Sindicato de Trabalhadores Marítimos Unidos, Omar Suárez, disse que o objetivo do protesto é atrasar a entrada e saída dos portos entre seis e 12 horas. Ele afirmou que apenas sofrerão com a decisão os navios de empresas de "capital britânico puro", mas esclareceu que a medida excluirá o navio inglês British Ruby, da petroleira BP, que chegou na segunda-feira com 55 mil toneladas de gás natural liquefeito importado pela em­­presa de energia estatal Enarsa.

Os barcos com bandeira das Ilhas Malvinas estão proibidos de atracar nos portos da Argentina, uma medida compartilhada pe­­los outros membros do bloco econômico Mercosul.

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