Apelo
ONU propõe solução negociada para disputa pelas ilhas
Agência Estado
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu ontem que Argentina e Reino Unido evitem uma "escalada" em sua disputa pelas Ilhas Malvinas. O apelo foi feito após o ministro das Relações Exteriores argentino, Hector Timerman, fazer uma queixa oficial à ONU pelo que o governo de Buenos Aires qualificou como "militarização" do Atlântico Sul, quase 30 anos após os dois lados terem travado uma guerra pelas ilhas, vencida pelos britânicos.
Após discutir a questão com Timerman, Ban "demonstrou preocupação sobre as declarações cada vez mais fortes entre os governos da Argentina e do Reino Unido. Ban disse estar pronto para usar as Nações Unidas para resolver a disputa através da diplomacia, caso as duas partes queiram.
Ban Ki-Moon ofereceu seus "bons ofícios para resolver esta disputa" e permanece "disponível se ambos os países desejarem", conclui o texto divulgado pela ONU. Em duas outras ocasiões as Nações Unidas já haviam proposto uma solução negociada para o conflito.
O governo da Argentina acusou ontem na ONU o Reino Unido de enviar armas nucleares para as Ilhas Malvinas e de manter no arquipélago um sistema militar de controle do Atlântico Sul, desde a Amazônia até a Antártida e desde a costa oriental sul-americana à costa ocidental africana, assim como os acessos entre os oceanos Atlântico e Pacífico e Atlântico e Índico. A denúncia foi feita pelo ministro de Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, na sede das Nações Unidas, em Nova York.Timerman apresentou um documento detalhado da ação militar britânica nas Malvinas, que aponta o aumento da presença das Forças Armadas na região. "O orçamento militar inglês foi reduzido em todo o mundo, menos nas Malvinas", acusou o chanceler durante entrevista coletiva que foi transmitida ao vivo pelas emissoras de tevê da Argentina.
Segundo ele, "os exemplos mais notáveis da militarização por parte do Reino Unido são a recente incorporação ao sistema bélico das Malvinas de um destroier HMS Dauntless tipo 45 e de aviões Typhoon II com mísseis Taurus e o envio de um submarino nuclear".
O submarino com propulsão nuclear, segundo detalhou o ministro, tem capacidade para transportar armamento nuclear. "Informações recebidas pela Argentina através de fontes indicam que se trataria do submarino Vanguard", disse ele, queixando-se da falta de confirmação do governo britânico sobre o assunto. Timerman também disse que os aviões Typhoon Eurofighter, que realizam exercícios na base aérea das Malvinas, são do mesmo modelo usado na Líbia, no Afeganistão e no Iraque.
"Por que esse tipo de avião se encontra na nossa região? Nenhum país da América do Sul dispõe dessa capacidade bélica", reclamou o ministro argentino. Ele disse que os pilotos britânicos são treinados nesses aviões para depois serem enviados a zonas de conflito. Timerman disse ainda que os britânicos estão realizando no arquipélago provas com o míssil Taurus, com um alcance de até 500 km. "Combinado com o avião Typhoon II, o míssil se transforma na arma mais ofensiva e letal em operação no Atlântico Sul, que pode alcançar grande parte da Argentina e do Chile, o Uruguai e o Brasil", afirmou.
Na quarta-feira, a presidente Cristina Kirchner havia dito que a região possui a maior reserva de recursos naturais do planeta e que as guerras futuras serão por esses recursos.
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