A Argentina colocou em prática nesta quarta-feira (17) um mecanismo para incentivar a entrada de moeda estrangeira proveniente das exportações de grãos e derivados, e assim buscar aumentar as reservas monetárias do Banco Central.
O mecanismo, pelo qual o governo espera que ingressem nas próximas semanas cerca de US$ 1 bilhão, permite que os exportadores depositem em bancos os dólares obtidos por operações de comércio exterior, com a possibilidade de cobrar juros por esses depósitos mediante uma letra emitida pela instituição monetária.
A Câmara da Indústria do Óleo da República Argentina e o Centro de Exportadores de Grãos disseram nesta quarta-feira, em comunicado, que as primeiras operações com essas contas especiais “tiveram um saldo positivo”.
“Embora ainda existam alguns problemas nos bancos para abrir as contas especiais em dólares, este esquema continuará a ser utilizado pelos exportadores no futuro”, disseram ambas as entidades, cujos representantes têm um peso de 48% nas exportações argentinas.
Em 4 de agosto, a diretoria do Banco Central da Argentina aprovou este mecanismo para estimular a entrada de recursos estrangeiros de grandes exportadores.
De acordo com o acordo assinado em março entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI), entre outras metas, o Banco Central deve acrescentar US$ 5,8 bilhões a suas reservas monetárias neste ano.
As reservas monetárias do Banco Central fecharam nesta quarta-feira em US$ 36,902 bilhões, US$ 2,760 bilhões a menos do que no final de 2021.
Protestos
Sindicatos alinhados com o governo argentino tomaram o centro de Buenos Aires nesta quarta-feira para expressar apoio ao governo diante do que chamaram de “especuladores”, mas também para exigir que o presidente Alberto Fernández freie a inflação que está liquidando a renda dos argentinos.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior confederação trabalhista do país dominada por líderes sindicais peronistas, realizou uma manifestação em massa na capital contra a “especulação” e os “formadores de preços”, os quais culparam pela alta inflação sofrida pela Argentina, de 71% ao ano em julho.
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