A presidente argentina Cristina Kirchner conseguiu neste sábado (10) a aprovação de uma lei polêmica no Senado que deve enfraquece grandes empresas jornalísticas críticas a seu governo. A medida, no entanto, tende a ajudar muito pouco a recuperação da popularidade do governo.
A lei sobre radiodifusão foi aprovada sem mudanças por uma ampla maioria após uma maratona de debates de mais de 19 horas, que mostrou a batalha feroz entre o peronismo governante e grandes grupos de mídia do país, entre eles o Clarín, o maior da Argentina.
A iniciativa, que já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados, ampliou o enfrentamento de Cristina com as grandes empresas de comunicação privadas, que temem que a medida seja usada pelo governo para controlar a informação e atingir a liberdade de expressão.
A lei, segundo a Presidência, pretende reduzir a concentração no setor, outorgando frequências a novos participantes e obrigando grandes empresas jornalísticas a abrir mão de veículos. Mas, segundo as empresas, permitirá que empresários com boas relações com o poder entrem no setor.
A analista política Graciela Romer disse que a lei não ajudará muito a melhorar a imagem de Cristina. "Este é um governo com sérios problemas de apoio", disse. "Este assunto não é prioridade para os argentinos, que estão preocupados com o desemprego, a violência crescente e a inflação".
Com a medida, grupos de mídia devem ter de vender algumas de suas empresas, mas se espera que recorram à Justiça antes disso.
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