A agência reguladora de medicamentos da Argentina, Anmat, aprovou nesta terça-feira (22) o uso emergencial da vacina contra Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
"O referido produto apresenta uma relação risco-benefício aceitável, permitindo subsidiar a concessão do registro e a autorização condicional do produto para a indicação solicitada", informou a Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica) em comunicado.
O acordo entre Pfizer e o governo argentino para a compra de vacinas ainda não foi fechado devido a desentendimentos jurídicos sobre eventual negligência no suprimento do imunizante, prevista em uma lei aprovada pelo Congresso argentino no fim de outubro. Um dos artigos desta lei estabelece que a Pfizer não será responsável por suas doses na Argentina "com exceção daquelas (ações) originadas em manobras fraudulentas, conduta maliciosa ou negligência".
O presidente Alberto Fernández exemplificou a preocupação do governo argentino: "Se a Pfizer me dá soro em vez da vacina Covid-19, eles são responsáveis e negligentes. Por outro lado, se me derem a vacina impecável e eu a apliquei vencida, a responsabilidade é minha. Há negligência da nossa parte, há negligência por parte do Estado Nacional", explicou à imprensa quando questionado sobre as diferenças com a Pfizer.
As partes ainda negociam 1,5 milhão de doses da vacina que possam ser entregues ao país entre janeiro e março.
Por causa deste desentendimento legal com a Pfizer, o governo argentino apostou na vacina russa, e as primeiras 300 mil doses da Sputnik V devem chegar ao país nesta quinta-feira (24).
O governo argentino, que comprou mais de 5 milhões de doses da Sputnik V, estima que poderá começar o plano de imunização antes de 31 de dezembro, embora a vacina ainda precise ser aprovada pela Anmat. Os primeiros a serem vacinados serão os profissionais de saúde menores de 60 anos, já que a droga ainda não foi liberada pela fabricante para uso em idosos.