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Praça de Maio | mab/pa/JUAN MABROMATA
Praça de Maio| Foto: mab/pa/JUAN MABROMATA

Um tribunal argentino condenou a 12 anos de prisão o proprietário de uma empresa de ônibus, Marcos Levín, por cumplicidade com a ditadura (1976/83), nesta segunda-feira (28), na primeira decisão contra um empresário por crimes durante o regime militar.

Segundo o Centro de Informação Judicial (CIJ), Levín, proprietário da La Veloz del Norte, empresa de ônibus da província de Salta, foi condenado pelo sequestro e tortura do sindicalista Víctor Cobos, em janeiro de 1977.

Junto ao empresário foram condenados os policiais reformados Víctor Hugo Almirón e Víctor Hugo Bocos, ambos a 12 anos de prisão, e o policial Víctor Cardozo, a 8 anos de prisão.

De acordo com o processo, Levín, que era presidente da Federação de Empresários do Transporte de Salta (Festap) e proprietário da maior empresa do setor na província, “se valeu da estrutura repressiva para disciplinar seus funcionários e obteve benefícios das autoridades ditatoriais para ampliar” seus negócios.

Os fatos remontam ao início da década de 70, quando se organizou o sindicato do setor rodoviário em Salta, 1.600 km ao norte de Buenos Aires, e em outras províncias do norte argentino, que passaram a exigir melhores condições de trabalho.

Antes do golpe de estado de 1976, a Festap pediu à polícia provincial que aplicasse ao sindicato a chamada lei anti-subversiva, que permitia às forças armadas reprimir a violência política.

Em janeiro de 1977, Levín denunciou em uma delegacia de Salta um desfalque em sua empresa e entregou uma lista de 20 empregados supostamente envolvidos na manobra, o que provocou a prisão de 16 pessoas, que confessaram sob tortura.

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