Buenos Aires (Folhapress) A ameaça do "dragão" da inflação fez a Argentina ressuscitar uma tática dos anos 80, a de pôr nas ruas donas de casa para monitorar os preços. É a atualização das "fiscais do Sarney", que em 1986 patruvalham supermercados e sacolões Brasil afora. A operação com 99 chefes de família começou na segunda-feira, em uma província do sul, mas deve chegar à capital nos próximos dias.
Em resposta à convocação feita pelo presidente Néstor Kirchner, prefeitos da província de Buenos Aires se reuniram ontem com integrantes do órgão de defesa do consumidor para traçar estratégia de fiscalização. Serão convocados ONGs, associações de bairro, aposentados e, claro, donas de casa. Todos farão pesquisas de preço para orientar os consumidores a comprar mais barato. O grupo também denunciará desabastecimento e propaganda enganosa.
Os "fiscais de Kirchner" são mais um passo da estratégia do presidente, que se recusa a usar "medidas ortodoxas" contra a inflação, que deve fechar o ano em mais de 11%. Na quinta-feira, o presidente e a ministra da Economia, Felisa Miceli, amenizaram a tensão com o setor de supermercados ao fechar acordo que reduz o preço de 250 produtos básicos em 15% e os mantêm congelados até fevereiro. O plano nacional para tentar vencer a inflação "no grito" é visto com ceticismo pela maioria dos economistas e até por associações de consumidores.
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