Buenos Aires (EFE) — O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, anunciou na quinta-feira a criação do Fundo Argentino de Carbono, que visa à promoção e ao desenvolvimento de projetos do denominado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto – pacto de redução de gases poluentes que entrou em vigor em fevereiro passado, a despeito da recusa dos Estados Unidos, responsáveis pela maior parte da emissão de gases que causam o efeito estufa.

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Com isso, a Argentina se transformou no primeiro país em desenvolvimento a criar este tipo de fundo. O secretário de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Atilio Savino, disse que a Argentina já conta com cerca de 75 projetos destinados à redução da emissões de gases poluentes.

"Estas iniciativas podem chegar a envolver por volta de 30 milhões de toneladas anuais de carbono, que equivalem a cerca de US$ 250 milhões ao ano em recursos pela transferência de direitos de emissão", destacou.

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O Protocolo de Kyoto exige que os países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases de efeito estufa no período 2008 – 2012 a um nível não inferior a 5% do registrado em 1990. Para alcançar esta meta, essas nações podem obter créditos de carbono, ou "bônus verdes", mediante o investimento em projetos MDL em países em desenvolvimento, uma alternativa de crescente interesse para os europeus, que já contam com um sistema próprio de comércio de emissões.

Paradoxalmente, a decisão Argentina atende justamente à exigência dos EUA, que alegou não considerar justo que países em desenvolvimento ficassem fora do Pacto de Kyoto.