O presidente argentino, Alberto Fernández, disse nesta terça-feira (19), durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, que considera "vergonhosa" a atitude do Fundo Monetário Internacional (FMI) de cobrar sobretaxas de juros aos países endividados.
"É vergonhoso que o FMI aplique sobretaxas nos juros para muitos países. Isso torna insuportável o peso da dívida externa", afirmou o peronista.
A Argentina e o FMI assinaram um acordo em 2022 de refinanciamento de uma dívida estimada em US$ 57 bilhões (cerca de R$ 276 bilhões, na cotação atual), que foi contraída no ano de 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019).
Logo que assumiu o mandato, Fernández não cumpriu com o pagamento das parcelas pendentes e renegociou os US$ 45 bilhões (R$ 213 bilhões, na cotação atual) que restavam da dívida.
A taxa básica que o FMI aplica é de 4,033%, contudo a situação da Argentina aumentou a porcentagem de juros para 8,033%, devido a penalidades e sobretaxas.
Em meio à renegociação da dívida, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou a liberação de um desembolso de US$ 7,5 bilhões ao país, segundo informou no final de agosto um porta-voz do Ministério da Economia argentino.
Inflação nas alturas
Dados divulgados no dia 13 de setembro pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) mostraram que a inflação em 12 meses subiu para 124,4%.
Já a variação média dos preços no mês de agosto no país foi de 12,4%, a maior desde 1991, e praticamente o dobro do registrado em julho, de 6,3%.