A Argentina registrou um déficit comercial de US$ 484 milhões em janeiro, o que contrasta com o saldo positivo do mesmo mês de 2022 e mostra o impacto da seca nas exportações do país, segundo informaram nesta quarta-feira (22) fontes oficiais.
Este saldo é explicado por uma queda nas exportações, principalmente de produtos agropecuários, e um ligeiro aumento nas compras, apesar das fortes restrições às importações que vigoram desde julho do ano passado.
Segundo relatou o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o volume de comércio (exportações mais importações) caiu 4,8% no cômputo interanual em janeiro, para um total de US$ 10,284 bilhões.
De acordo com dados oficiais, em janeiro a Argentina realizou exportações no valor de US$ 4,9 bilhões, 11,7% a menos que no mesmo mês de 2022.
Essa queda deveu-se principalmente às menores vendas de trigo, biodiesel, milho e óleo de girassol, evidenciando o primeiro forte impacto da seca no comércio exterior da Argentina, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de grãos e derivados.
Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 5,384 bilhões, o que representou um aumento interanual de 2,5%.
A Argentina havia registrado um superávit comercial de US$ 6,923 bilhões no ano passado, o que representou uma queda de 53% em relação ao saldo positivo alcançado em 2021.
Afetado pela escassez de reservas monetárias, o país vizinho restringiu o acesso a dólares para pagamento de importações desde o final de junho de 2022, enquanto desde agosto o governo procura incentivar as exportações para tentar acelerar a entrada de divisas.
De acordo com o Orçamento de 2023, a Argentina alcançaria este ano US$ 105,550 bilhões em exportações, e importações totais de US$ 93,203 bilhões, de modo que seu superávit comercial cresceria para US$ 12,347 bilhões, ainda abaixo do saldo positivo de 2021.