A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou neste sábado (2) que o governo de Javier Milei apresentou denúncia contra o ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019), por acusações de tráfico de pessoas e abuso sexual.
No X, Bullrich disse que o caso foi apresentado há duas semanas, mas o governo da Argentina resolveu divulgá-lo apenas agora devido às notícias sobre acusações semelhantes contra Morales na Bolívia.
Tatiana Herrera, secretária de Gênero da prefeitura da região central de Cochabamba, denunciou na sexta-feira (1º) Morales por cinco casos de tráfico de pessoas e estupro, supostamente ocorridos nos últimos cinco anos na província de Chapare, reduto político e sindical do ex-presidente.
Além disso, promotores bolivianos investigam Morales desde 26 de setembro por outro caso, depois de receberem um relatório de inteligência alegando que ele havia cometido os crimes de tráfico humano e estupro contra uma menina menor de idade com quem supostamente teve uma filha em 2015, quando ele ainda era presidente.
“Algo ainda mais aberrante se soma ao caso de abuso de menores já aberto na Bolívia: o ex-presidente socialista boliviano é acusado de ter convivido com quatro adolescentes durante o asilo político que o kirchnerismo lhe concedeu”, escreveu Bullrich no X neste sábado.
“O pior dos crimes, em nosso solo. Por isso, há 15 dias apresentamos denúncia por suposta prática de crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual. Nesta Argentina do presidente Javier Milei, quem faz, paga”, acrescentou a ministra.
Morales ficou um ano asilado na Argentina, à época presidida pelo peronista Alberto Fernández, entre 2019 e 2020, depois de ter renunciado devido a denúncias de fraude eleitoral na eleição presidencial na Bolívia. O ex-presidente boliviano ainda não se pronunciou sobre a postagem de Bullrich.
Apoiadores de Morales, que protagoniza uma disputa política com seu correligionário e atual presidente boliviano, Luis Arce, pelo posto de candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS) na eleição presidencial de 2025, tomaram o controle de três quarteis e estão mantendo “soldados e suas famílias como reféns e ameaçando suas vidas”, segundo o governo da Bolívia.
Os evistas, como são chamados, também estão bloqueando rodovias e o próprio líder socialista anunciou uma greve de fome diante do que chamou de “brutalidade do governo de Luis Arce” – ele alega ser vítima de perseguição judicial.
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