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O governo argentino oficializou um pedido de busca internacional ao ex-espião Antonio “Jaime” Stiuso, peça-chave da denúncia de encobrimento ao atentado de 1994 à Associação Mútua Israelita Argentina (Amia) e morte do promotor Alberto Nisman. A presidente Cristina Kirchner declarou o alerta azul à Interpol em plena Assembleia-Geral.

O governo acredita que Stiuso, com quem Nisman se comunicava frequentemente durante sua investigação do suposto encobrimento por parte de Cristina e seus aliados políticos, está em Miami. A Interpol já tem em trâmite um processo semelhante pedido pela Amia e as famílias dos 85 mortos no ataque atribuído a agentes iranianos.

“Pedimos a colaboração de todos, recordando que pedimos à Justiça americana que dê explicações sobre as condições que se encontra este ex-membro dos serviços de Inteligência que esteve 14 anos à frente da investigação”, alfinetou.

“Estamos comprovando a vinculação total e absoluta desta pessoa com o promotor Nisman. É fundamental terminar com a hipocrisia e os dois pesos e duas medidas diplomáticos”, disse.

Acredita-se que Stiuso, a quem Nisman telefonou diversas vezes horas antes de aparecer morto com um tiro na cabeça em janeiro — quando iria apresentar sua denúncia diante do Congresso —, tenha fugido para os EUA com medo de ser implicado no episódio. Em várias etapas do documento formulado por Nisman, ele era indicado como agente responsável por esclarecer supostos envolvimentos de autoridades sobre o crime.

Oficialmente, a investigação dá conta de que funcionários do governo iraniano e membros do Hezbollah teriam explodido um carro-bomba em frente à organização judaica em 1994. Cristina, seu chanceler, Héctor Timerman, e outros membros do governo e de sua base foram acusados por Nisman de fazer pactos secretos com funcionários do Irã para evitar que os acusados fossem extraditados e julgados.

Em outra série de denúncias, a Justiça investiga o ex-presidente Carlos Menem e o juiz Juan José Galeano, que são acusados de encobrir os supostos autores do crime, que nunca foram levados a julgamento no país.

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