Buenos Aires - O governo argentino criticou ontem o escritor peruano Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura de 2010, e também o filósofo espanhol Fernando Savater, ao afirmar que os dois dizem "besteiras" sobre a Argentina.
As fortes críticas foram feitas pelo chefe de gabinete do governo da presidente Cristina Kirchner, Aníbal Fernández, no momento em que os dois escritores visitam Buenos Aires e participam de uma feira literária na capital argentina.
Vargas Llosa e Savater criticaram o peronismo, movimento do partido da presidente, o Justicialista (peronista) e que dominou grande parte da cena política argentina desde a morte do seu fundador, o general Juan Domingo Perón, em 1974.
Fernández disse que a ele parece "horrível o que fazem" os dois escritores, dos quais disse ser leitor. "O que interessa a eles na Argentina? Ela é um país soberano que tem o direito de fazer o que quiser", disse Fernández.
Segundo ele, Vargas Llosa "insulta nossa presidente todas as vezes que pode". Sobre as críticas de Savater, Fernández mandou um recado ao filósofo espanhol: "Cuide da sua vida e opine sobre o que acontece na Espanha".
O chefe de gabinete já havia rebatido críticas de Vargas Llosa ao peronismo e a Cristina há um mês, quando afirmou que o escritor peruano-espanhol era um representante da "direita reacionária".
Vargas Llosa, que abriu a Feira do Livro de Buenos Aires, disse há vários meses que o peronismo foi um "erro" na história política da Argentina.
Já Savater afirmou que ser um peronista é como ser um "tiranossauro rex". Ele comparou os três governos de Perón à ditadura de Francisco Franco na Espanha .
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