A Argentina disse na quarta-feira que impediu o embarque de tubos em um navio proveniente das ilhas Malvinas, devido a indícios de que a embarcação foi usada para levar insumos para a atividade petrolífera no arquipélago, o que o país considera ilegal.
O governo argentino vem impondo sanções a empresas que direta ou indiretamente desenvolvam atividades hidrocarboníferas não-autorizadas na sua plataforma continental, refletindo os protestos de Buenos Aires contra a previsão de início da exploração de petróleo nas Malvinas, ilhas britânicas historicamente reivindicadas pela Argentina.
Em nota, a chancelaria disse que o navio "Thor Leader" seria usado no porto de Campana, 80 km ao norte de Buenos Aires, para transportar uma carga de tubos fabricados na Argentina.
O texto acrescenta que em janeiro esse navio esteve nas Malvinas e "existem evidências" de que teria levado insumos para atividades petrolíferas "promovidas ilegitimamente pelo Reino Unido".
"O governo nacional já havia anunciado em 2007 que iria tomar medidas dirigidas a sancionar as empresas que contratem outras que tenham desenvolvido atividades hidrocarboníferas na plataforma continental argentina sem ter obtido habilitação emitida pela autoridade argentina competente", disse o chanceler Jorge Taiana.
Os tubos que não puderam ser embarcados pertencem ao conglomerado argentino Techint, que afirmou em nota que o material seria descarregado em portos do Mediterrâneo.
A chancelaria esclareceu que a punição não é à empresa local, e sim à embarcação de bandeira estrangeira, por uma infração prévia à sua chegada ao porto de Campana.
Recentemente, a imprensa noticiou que a companhia britânica Desire Petroleum começará neste mês a realizar explorações de petróleo na ilha.
Muitos especialistas acreditam que possa haver grandes reservas de gás e/ou petróleo em torno do arquipélago, o qual se encontra desde 1833 sob controle da Grã-Bretanha, que chama as ilhas de Falklands. A Argentina tentou retomar as Malvinas em 1982, provocando uma guerra que deixou quase mil mortos e não afetou a soberania britânica na região.
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