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O governo da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, indicou ontem que insistirá no plano que prevê o uso de US$ 6,5 bilhões das reservas do Banco Central (BC) para o pagamento de parte da dívida pública que vence este ano.

A decisão foi o estopim de uma crise institucional desatada entre o governo, o BC, a oposição e a Justiça. Desde a semana passada, Cristina concentrou sua pressão política sobre os governadores das províncias argentinas. A maioria enfrenta graves problemas de financiamento, elevados déficits fiscais e ameaça constante de conflitos sociais.

Diversos governadores anunciaram publicamente que pressionarão seus parlamentares para que votem a favor do governo Kirchner no dia 3 de março, data na qual o Congresso argentino debaterá o uso das reservas para o pagamento da dívida. Após declarar apoio vários governadores já encaminharam pedidos adicionais de verbas. Esse foi o caso de José Alperovich, da Província de Tucumán, que prometeu votar com a presidente e pediu, sem vacilar, um adiantamento de US$ 13 milhões para projetos em sua região. O uso das reservas também conta com o respaldo de alguns governadores da oposição, que, ávidos por fundos adicionais, estariam inclinados a acatar as ordens de Cristina.

Motivos existem de sobra, já que 20 das 24 províncias argentinas estão com significativos déficits fiscais, que incluem problemas para pagar em dia os salários do funcionalismo público local. No total, as províncias teriam, em 2010, um déficit conjunto de US$ 3,37 bilhões.

A ideia de usar as reservas para pagar dívidas foi categoricamente rejeitada pelo presidente do Banco Central argentino, Martín Redrado, que após intenso confronto com a presidente Cristina, renunciou na sexta-feira. Redrado alegou que o uso das reservas com essa finalidade seria "prejudicial ao bolso dos argentinos".

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