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Desafio

Argentina terá crítico do FMI como ministro da Economia. Saiba como ficou o gabinete de Fernández

O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, e seu gabinete, apresentado em Buenos Aires, 6 de dezembro de 2019 (Foto: Esteban COLLAZO / Assessoria de Imprensa de Alberto Fernández / AFP)

O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, apresentou nesta sexta-feira (6) o gabinete que fará parte do seu governo a partir do dia 10 de dezembro. Em coletiva de imprensa em Buenos Aires no fim da tarde, Fernández afirmou que "vamos necessitar do esforço de todos para que a Argentina possa sair assim que possível da situação em que está".

Em meio à crise econômica enfrentada pelo país, o peronista adiantou que sua equipe já abriu um processo de negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o jornal La Nación.

Não houve muitas surpresas no anúncio. A confirmação mais esperada era a do titular do Ministério da Economia, que ficou a cargo de Martín Guzmán, de 37 anos, um crítico acadêmico do FMI. O novo ministro é economista com doutorado em uma universidade de elite dos EUA, a Brown University, é professor convidado da Universidad de La Plata e pesquisador da Universidade de Columbia (EUA). Por isso, atualmente se divide entre Buenos Aires e os EUA.

Na Universidade de Columbia, Guzmán trabalhou ao lado de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia admirado por Cristina Kirchner, e dirige a Iniciativa para o Diálogo sobre Políticas, fundada em 2000 por Stiglitz. O economista tem vínculos antigos com o partido Frente de Todos, segundo a imprensa argentina, e é especialista em macroeconomia e crises de dívida soberana.

Com pouca experiência em políticas públicas, Guzmán assumirá o cargo mais importante do país na próxima semana, herdando um governo com reservas cada vez menores e prestes a deixar de pagar US$ 100 bilhões em dívida em moeda estrangeira.

Na avaliação da Capital Economics, é improvável que Guzmán inspire confiança dos investidores, dadas suas críticas aos programas de austeridade apoiados pelo FMI.

"Seus planos incluem garantir pagamentos de juros nos próximos dois anos, além de buscar superávits fiscais primários", afirma a Capital Economics. "Embora sua posição pareça mais moderada do que outras no campo de Fernández, é improvável que Guzmán adote uma abordagem favorável ao mercado", acrescenta a consultoria

O novo ministro das Relações Exteriores, Felipe Solá, 69 anos, tem longa trajetória no poder público. Peronista, Solá foi governador da província de Buenos Aires, a mais importante do país, entre 2002 e 2007. González García liderou o Ministério da Saúde durante os governos de Eduardo Duhalde (2002-2003) e Néstor Kirchner (2003-2007) e posteriormente foi embaixador no Chile, já tendo defendido várias vezes a legalização do aborto.

Solá, que atualmente é deputado, havia confirmado a sua candidatura à presidência neste ano, mas desistiu quando Cristina Kirchner anunciou a sua aliança com Fernández.

Confira como ficou o gabinete de Alberto Fernández:

  • Chefe de Gabinete: Santiago Cafiero
  • Economia: Martín Guzmán
  • Relações Exteriores: Felipe Solá
  • Interior: Eduardo "Wado" de Pedro
  • Produção: Matías Kulfas
  • Saúde: Ginés Gonzáles García
  • Defesa: Agustín Rossi
  • Desenvolvimento Social: Daniel Arroyo
  • Igualdade: Elizabeth Gómez Alcorta
  • Habitação: María Eugenia Bielsa
  • Trabalho: Claudio Moroni
  • Justiça: Marcela Losardo
  • Obras Públicas: Gabriel Katopodis
  • Transportes: Mario Meoni
  • Educação: Nicolás Trotta
  • Meio Ambiente: Juan Cabandié
  • Ciência e Tecnologia: Roberto Salvarezza
  • Agricultura: Luis Basterra
  • Cultura: Tristán Bauer
  • Segurança: Sabrina Fréderic
  • Turismo e Esportes: Matías Lammens

Conteúdo editado por: Helen Mendes

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