Investimentos
Ministro argentino tenta atrair petroleiras Exxon, Chevron e Apache
Folhapress
O ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, se reúne nesta semana com os executivos das empresas petroleiras internacionais Exxon, Chevron e Apache.
A ideia é atrair investimentos para a YPF pós-expropriação. O governo argentino espera aprovar amanhã no Senado lei que nacionaliza 51% das ações da empresa pertencentes à Repsol.
Segundo cálculos de analistas ouvidos pela reportagem, seriam necessários investimentos entre US$ 6 bilhões (R$ 11,2 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 18,7 bilhões) por ano para que a petroleira produzisse o suficiente para evitar que o país tenha de importar petróleo nos próximos anos.
Na Espanha, o chanceler José Manuel García Margallo disse que gostaria que o conflito com a Argentina, iniciado com o anúncio da nacionalização e a intervenção na empresa, na semana passada, terminasse de forma amistosa.
Margallo indicou que a indenização a ser paga para a Repsol deveria ser negociada e não imposta por um tribunal argentino, como quer a presidente Cristina Kirchner.
O presidente do grupo Repsol, Antonio Brufau, anunciou que a empresa exigirá "uma compensação através da arbitragem internacional" que deverá "ser no mínimo igual" ao valor de sua participação na YPF, estimada em US$ 10,5 bilhões.
O diário argentino La Nación, um dos mais influentes do país, publicou ontem uma reportagem onde aponta a intenção do governo em não pagar pela expropriação da petrolífera YPF.
Na semana passada, a presidente Cristina Kirchner anunciou a expropriação de 51% da YPF, controlada pela espanhola Repsol. Embora o projeto de lei não tenha sido votado, representantes do governo argentino já ocuparam a petrolífera, provocando a condenação europeia e dos Estados Unidos.
Pouco depois, o presidente da Repsol, Antonio Brufau, chegou a apontar a quantia de US$ 10,5 bilhões como o valor estimado pela participação da empresa espanhola na petrolífera.
De acordo com o La Nación, baseado em fontes oficiais mantidas sob anonimato, o governo argentino planeja pagar "cero pesos" (nenhum peso) pela petrolífera, e que investigações preliminares sobre a gestão Repsol já apontaram irregularidades e falta de investimentos bem como uma dívida de US$ 9 bilhões.
Apesar da ameaça da companhia espanhola em levar o caso à Justiça internacional, a Casa Rosada considera que o caso pode se estender por cinco ou seis anos.
Elogio ao Chile
Em sua campanha internacional para isolar a Argentina, o Ministério de Relações Exteriores da Espanha aproveitou um comunicado sobre a visita do chanceler do Chile, Alfredo Moreno, a Madri para criticar o governo argentino pela expropriação das ações da Repsol na petroleira YPF.
No documento, o governo espanhol destaca "entorno de estabilidade macroeconômica e segurança jurídica" que transformam o Chile em um importante destino para investimentos.
Ainda na tentativa de bloquear comercialmente o governo argentino, a Espanha propôs nesta ontem que a União Europeia continue suas negociações comerciais com o Mercosul sem o país. "Deveria haver uma reflexão sobre a possibilidade de não continuar as negociações com o Mercosul ou negociar país por país, excluindo a Argentina", disse o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel García-Margallo.
O chanceler relatou que o acordo poderia ser similar ao feito com Peru e Colômbia, em virtude da resistência de Bolívia e Equador, que impediram a realização de um tratado com toda a Comunidade Andina.
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