La Paz A negociação entre Argentina e Bolívia pela venda do gás boliviano a Buenos Aires "está praticamente fechada" e fixa um preço de "entre 5 e 5,50 dólares" contra os 3,18 dólares atuais por milhão de BTU, medida de comercialização do combustível. A afirmação é do embaixador da Bolívia na Argentina, Roger Ortiz Mercado.
O acordo "será assinado nos primeiros dias de junho em La Paz ou Buenos Aires", assegurou. O governo argentino mantém silêncio en torno dos detalhes das conversações com a Bolívia realizadas pelo ministério do Planejamento Federal, a cargo de Julio De Vido. Esta nova faixa de preço para o combustível representará um aumento de até 65% nos 7,7 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano importados pela Argentina e sinaliza qual deve ser o preço cobrado pela Bolívia do Brasil, que paga 3,28 dólares por milhão de BTU.
A questão não está na pauta das reuniões que o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, cumpre hoje em La Paz, e deve ser definida pela Petrobrás nos próximos dias. A empresa informa que não pretende aceitar reajuste. Por outro lado, alega que vai pagar impostos de 82%, como exige o governo boliviano. A tributação foi elevada de 18% para 50% no ano passado. O novo índice tende a provocar reajuste de pelo menos 10% nos preços finais do gás no Brasil, segundo os especialistas. O governo brasileiro quer que a Petrobrás absorva eventuais reajustes para amenizar os efeitos das medidas bolivianas na economia.