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Crise econômica

Argentina paga FMI com ajuda da China e América Latina

O governo do peronista Alberto Fernández enfrenta uma séria crise econômica, com projeção de inflação em 140% (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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A Argentina deve pagar nesta segunda-feira (31) vencimentos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 2,7 bilhões por meio de um empréstimo a curto prazo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e yuans provenientes de um acordo de troca de câmbio (do inglês, swap cambial) com a China.

A informação foi divulgada nesta manhã pelo ministro da Economia argentino, Sergio Massa, que gravou uma mensagem antes da abertura dos mercados, para tentar reduzir a "incerteza" sobre os pagamentos do país latino-americano, uma vez que as reservas líquidas da Argentina estão negativas.

Massa agradeceu ao CAF e aos países do organismo multilateral que aprovaram um empréstimo-ponte de US$ 1 bilhão até a conclusão do desembolso do FMI no final de agosto, conforme o acordo técnico alcançado na última sexta-feira (28), assim como ao Banco Popular da China e ao governo por permitir uma segunda parcela do swap de yuans.

A Argentina renovou e ampliou a troca cambial com a China no mês de junho, até o equivalente a US$ 10 bilhões, segundo confirmou hoje o ministro da Economia, dinheiro que será usado para pagar o US$ 1,7 bilhão ao FMI.

"A Argentina não vai usar um único dólar de suas reservas" para pagar o vencimento desta segunda-feira, assegurou Massa.

As reservas líquidas da Argentina estão negativas em cerca de US$ 8 bilhões, segundo apontam economistas privados, devido à escassez de divisas, que é resultado de fortes desequilíbrios macroeconômicos agravados por uma seca histórica que causou o colapso das exportações agrícolas no país.

A Argentina e o FMI chegaram a um acordo técnico sobre a revisão dos objetivos e metas do acordo de refinanciamento da dívida de US$ 45 bilhões contraída em 2018 pelo país sul-americano com o organismo.

Com a nova revisão, que agora deverá ser ratificada pela Diretoria Executiva do Fundo, a Argentina receberá um desembolso de US$ 7,5 bilhões após as eleições primárias de 13 de agosto, e a próxima revisão ocorrerá em novembro, após as eleições presidenciais.

Até a reunião do conselho de administração do FMI, o Executivo deve aplicar uma sequência de políticas ou ações adicionais.

O vencimento total desta semana soma cerca de US$ 3,4 bilhões com o FMI.

A Argentina já havia pagado o vencimento de junho com o FMI com recursos próprios, em uma combinação de direitos especiais de giro e a utilização de um swap de yuans com a China.

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