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O governo da Argentina, do presidente libertário Javier Milei, elevou o nível de alerta e adotou na sexta-feira (27) um protocolo especial antiterrorismo, temendo atentados no país ou contra delegações argentinas no exterior devido ao acirramento das hostilidades entre Israel e o grupo terrorista libanês Hezbollah.
As medidas foram anunciadas antes da confirmação da morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelense ao QG da organização terrorista em Beirute, capital do Líbano.
Segundo informações do site Infobae, o protocolo da gestão Milei incluiu pedidos às províncias argentinas, especialmente às que fazem fronteira com outros países, para que reforcem a segurança de espaços da comunidade judaica, além de proteção especial em escolas, instituições esportivas e culturais judaicas na cidade de Buenos Aires.
Outras medidas são reforçar a segurança em sinagogas e arredores durante datas festivas da comunidade judaica, uma operação para proteger filiais de bancos americanos e israelenses e proteção especial para diplomatas dos países envolvidos no conflito dentro da Argentina e para membros de delegações argentinas no exterior, especialmente no Oriente Médio, na Espanha e na Bolívia.
Em abril, a Justiça da Argentina considerou o Irã responsável pelo atentado na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), ocorrido em 18 de julho de 1994 e que matou 85 pessoas. Dois anos antes, um atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires havia deixado 29 mortos.
O tribunal responsável pela decisão disse que os dois ataques foram uma decisão política e estratégica do regime iraniano e foram executados pelo Hezbollah, “que agiu sob a inspiração, organização, planejamento e financiamento de organizações estatais e paraestatais subordinadas ao governo dos aiatolás”.
Dias depois, o governo da Argentina pediu a prisão internacional dos responsáveis pelo atentado à Amia e destacou a reivindicação de que seja preso o ex-ministro do Interior iraniano Ahmad Vahidi.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também tem denunciado um aumento das atividades do Hezbollah na América do Sul.
Em agosto, a Argentina esvaziou sua embaixada em Beirute, deslocando o pessoal diplomático para “lugares seguros”, e recomendou que os argentinos não viajem para o Líbano.