Com o título "Vamos pôr um fim ao colonialismo acatando resoluções das Nações Unidas", alguns dos principais jornais britânicos amanheceram, nesta quinta-feira (14), com um anúncio de meia página contendo uma carta da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na qual ela afirma que o controle do Reino Unido sobre as Ilhas Malvinas representa um "caso colonial anacrônico".

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A data da publicação da carta da líder argentina coincide com o 30º aniversário do fim da Guerra das Malvinas, travada entre a Argentina e o Reino Unido.

Os moradores das Ilhas Malvinas devem participar no início do ano que vem de um referendo em que decidirão se pretendem ou não permanecer sob controle britânico. Nas Malvinas, cerca de 350 pessoas assistiram a um desfile militar debaixo de forte neve, até o Monumento da Liberação, em Stanley, capital das ilhas, onde se pronunciaram discursos de honra aos soldados britânicos.

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Na carta, a líder argentina diz que "desde 1965 a ONU adotou 39 resoluções exigindo que Reino Unido e Argentina negociem uma solução pacífica para pôr fim à disputa". Segundo o anúncio, Londres "invariavelmente se recusa a acatar essas resoluções'".

A presidente argentina também fará, nesta quinta-feira, um pronunciamento inédito no Comitê de Descolonização das Nações Unidas, em Nova York, sobre o que ela afirma ser a recusa britânica em acatar resoluções da ONU sobre o futuro das ilhas. Cristina irá se encontrar também com o secretário-geral da ONU, Ban-Ki Moon, a fim de pedir que ONU intermedie negociações que obriguem o Reino Unido a negociar o tema de soberania do território.

Será a primeira vez que um chefe de Estado realizará um pronunciamento neste comitê das Nações Unidas, criado em 1961 para promover a descolonização de territórios que ainda estão sujeitos a acordos e decisões firmadas durante o período colonial.

A embaixadora argentina no Reino Unido, Alicia Castro, também publicou uma carta na edição desta quinta do diário "The Independent" na qual diz que a decisão de travar uma guerra foi uma "tentativa vil'" da junta militar que governava a Argentina de se manter no poder e ganhar a simpatia popular, mas que o atual governo visa retomar negociações com vistas a obter a paz e a reconciliação necessárias.

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