A Argentina pediu nesta sexta-feira ao governo dos Estados Unidos que evite opinar sobre as decisões soberanas do país, após Washington criticar o recente ato do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em Buenos Aires, quando o presidente norte-americano, George W. Bush, visitava o Uruguai.
Os EUA censuraram a Argentina na quinta-feira por ter permitido a Chávez organizar um grande ato em 9 de março para rechaçar a presença de Bush na região, na qual o venezuelano chamou o norte-americano de "cadáver político".
O comentário de Nicholas Burns, número três do Departamento de Estado, foi dirigido ao embaixador argentino em Washington, José Octavio Bordón, durante um evento na sede do Conselho das Américas, na cidade norte-americana.
"A Argentina é um país soberano", disse o ministro do Interior, Aníbal Fernández", à Radio 10.
"O contra-senso é tão grande no caso de Burns que ele não presta atenção ao que acontece em sua própria casa. Porque Chávez nos Estados Unidos fez um ato no Harlem", acrescentou, referindo-se a um evento realizado em Nova York em 2006, no qual o venezuelano doou combustível para calefação a norte-americanos pobres.
A aliança entre Argentina e Venezuela se reforçou nos últimos anos, com mais ênfase econômica que ideológica.