O governo de Javier Milei anunciou nesta quinta-feira (8) que decidiu reduzir os subsídios às empresas de transporte público para concentrar a ajuda diretamente nos usuários que mais precisam dela.
“Vai ter um impacto nas tarifas”, reconheceu o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em sua habitual entrevista coletiva diária na sede do Executivo, esclarecendo que “a lógica é que aqueles que precisam viajar possam fazê-lo porque podem pagar a tarifa ou porque recebem o subsídio correspondente”.
Para reduzir os gastos com subsídios - que nos últimos 20 anos exigiram US$ 104 bilhões e, em 2023, 1,5% do PIB -, o Ministério dos Transportes decidiu acabar com o congelamento de tarifas, herdado da administração anterior, em trens e ônibus sob jurisdição nacional na Região Metropolitana de Buenos Aires e eliminar, a partir deste ano, um Fundo de Compensação Interior para o resto do país.
“A intenção do governo é que os fundos sejam destinados diretamente aos usuários, sem intermediários de qualquer tipo, beneficiando assim as pessoas que mais precisam, por isso se continuará a distribuir a assistência social que envolve 55% da tarifa do transporte público”, de acordo com um comunicado publicado pelo Ministério da Economia.
A decisão da pasta de Economia faz parte do corte nos gastos públicos que o governo está realizando para alcançar o equilíbrio fiscal este ano, a partir de um déficit fiscal de 6,1% do PIB em 2023, bem como para evitar que o Banco Central emita dinheiro para financiar o Tesouro e, assim, reduzir a inflação, que em 2023 chegou a 211,4% ao ano.
Adorni lembrou que o Ministério da Economia havia estabelecido um cronograma de um terço por ano de redução dos subsídios - que, além dos concedidos ao transporte, também têm sido usados para reduzir os preços da energia para a população -, mas reconheceu que “os processos, a burocracia e a situação econômica” definirão o novo esquema.
Nessa linha, as tarifas do transporte público em Buenos Aires e seu populoso cinturão urbano sofreram nesta terça-feira o segundo aumento até agora no ano, já que a passagem mínima dos ônibus subiu 251% nesta semana e a dos trens, entre 168% e 247%.
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