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O governo da Argentina manifestou repúdio, neste sábado (29), "nos termos mais contundentes", ao mais recente envio de armamento britânico às ilhas Malvinas (Falklands), arquipélago cuja soberania, reivindicada pela Argentina, é ostentada pelo Reino Unido desde 1833.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores argentino criticou a instalação do sistema antiaéreo Sky Sabre, que conta com um alcance três vezes maior que os mísseis do tipo Rapier instalados até então.
"Esta é uma nova e injustificada demonstração de força e um afastamento deliberado dos apelos das diversas resoluções das Nações Unidas e outros órgãos internacionais, que insistem para que tanto a Argentina como o Reino Unido retomem as negociações a fim de encontrar uma solução pacífica e definitiva para a disputa de soberania que envolve ambos os países sobre a questão das Malvinas", declarou a pasta.
Para o governo argentino, a "persistência" britânica em expandir o seu arsenal militar no Atlântico Sul viola a Resolução 31/49 da Assembleia Geral da ONU, que insta ambas as partes a se absterem de adotar "decisões unilaterais" que alterem a situação nas ilhas enquanto prosseguem as negociações de soberania recomendadas pela ONU.
Esta presença militar viola também, segundo o governo argentino, a resolução 41/11 da Assembleia, que pede que os dois países respeitem a região do Atlântico Sul como uma "zona de paz e cooperação, em particular através da redução e eventual eliminação da sua presença militar naquela região".
"Neste sentido, o suposto estatuto defensivo da base militar britânica no Atlântico Sul não só é totalmente injustificado como também representa uma ameaça para toda a área", disse o Ministério das Relações Exteriores, concluindo que a Argentina mantém a sua "vocação pacífica" e a sua "vontade constante" de retomar as negociações com o Reino Unido.