Uma reportagem publicada pelo jornal Clarín nesta sexta-feira (7) informou que entre 60 e cem pessoas investigadas por suposta participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e que nos últimos meses foram para a Argentina solicitaram asilo político no país governado por Javier Milei.
Segundo as fontes ouvidas pelo periódico argentino, tais pedidos teriam sido apresentados depois que esses suspeitos souberam que a Justiça brasileira iria solicitar sua captura internacional.
De acordo com o Clarín, nesta sexta-feira, o Brasil enviou, por meio de sua embaixada em Buenos Aires, uma lista com nomes de 143 procurados pela Justiça brasileira pelo 8 de janeiro e pediu ao governo Milei que informasse quantas delas estão no país, provavelmente para que depois seja solicitada a extradição delas.
A medida seria uma tentativa de se antecipar à avaliação dos pedidos de asilo político pela Comissão Nacional para os Refugiados (Conare), órgão argentino responsável pela análise e concessão dessas medidas. Ele é composto por representantes do governo, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e de ONGs.
A concessão de asilo político dificulta a extradição, mas o Clarín destacou que a simples apresentação de pedidos de refúgio já complica o processo.
A Polícia Federal brasileira informou à emissora CNN que ao menos 48 procurados pelo 8 de janeiro estão na Argentina.
Esta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu 208 mandados de prisão preventiva contra pessoas apontadas como foragidas por suposta participação no 8 de janeiro.