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Cone Sul

Argentina tenta evitar apagão

Buenos Aires – A ameaça de apagões paira mais uma vez sobre a Argentina. Várias usinas estão paralisadas ou com a capacidade reduzida, enquanto a demanda cresce sem parar, tanto pela reativação da economia, como pelo calor fora de época que começa a assolar os argentinos. Para tentar driblar eventuais apagões, o governo do presidente Néstor Kirchner está negociando a compra de energia elétrica do Brasil.

O plano é importar 300 MW por meio das interconexões de Garabi I e II, no Rio Grande do Sul, na fronteira com a província argentina de Corrientes.

A venda de energia elétrica brasileira para a Argentina faz parte de um acordo bilateral assinado em dezembro de 2005, que por sua vez determina na exportação argentina de gás (1,2 milhão de metros cúbicos diários) para o mercado brasileiro, exceto no inverno.

O governo teme os apagões que podem – assim como a inflação e o aumento da criminalidade – prejudicar a imagem de Kirchner, que ambiciona a reeleição em 2007. O cenário é complexo, pois, por questões de manutenção e problemas técnicos, diversas usinas argentinas, entre elas, a central nuclear de Atucha, ficarão fora de funcionamento. Com isso, a capacidade de geração de energia do país está 10% menor, o que explica os miniapagões registrados em Buenos Aires. Desde terça-feira, as áreas mais povoadas da capital argentina têm ficado sem energia por períodos de cinco horas.

Kirchner vem lutanto contra o risco de apagão há meses. Já importou diesel da Venezuela para abastecer as termelétricas, aumentou as importações de gás boliviano, comprou uma briga com o Chile ao reduzir a venda de gás para o país e, mais recentemente, determinou que as indústrias que consumirem mais que em 2005 terão de conseguir energia por conta própria, no mercado.

As empresas de energia alegam que o congelamento de tarifas para usuários residenciais, em vigor desde 2002, desestimula novos investimentos na ampliação da capacidade de geração e distribuição. Mas o governo Kirchner, para evitar a queda da popularidade, rejeita a idéia de acabar com o congelamento de tarifas.

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