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A Argentina está tentando "reavivar" o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) após "o descumprimento sistemático de suas metas", disse nesta segunda-feira (8) o porta-voz da presidência do país, Manuel Adorni.
Em entrevista coletiva na Casa Rosada, ele se referiu dessa forma às reuniões que ocorrem desde o último fim de semana entre delegações do governo argentino e da organização multilateral, em Buenos Aires, com o objetivo de renegociar a dívida que o país possui com a entidade.
Após várias reuniões técnicas, os enviados do FMI devem se reunir nesta segunda-feira com o chefe de Gabinete do governo do presidente Javier Milei, Nicolás Posse, e com o ministro da Economia, Luis Caputo.
Adorni afirmou que o governo argentino busca um novo acordo com o fundo. "É a única coisa que está sendo buscada hoje: tentar reviver o acordo que caiu em virtude do descumprimento sistemático do país em cumprir suas metas com a organização".
O porta-voz presidencial disse que as medidas tomadas pelo governo que assumiu o poder em 10 de dezembro estão "alinhadas" com as metas impostas e que elas "serão cumpridas".
"O novo plano que estamos executando é um plano de ordem nas contas e em vários aspectos da economia argentina que não deve ter nenhum tipo de inconveniente para que o acordo não seja refeito, e os esforços estão concentrados nisso", afirmou
O encontro entre autoridades argentinas e os enviados do FMI havia sido anunciado para o dia 4 de janeiro, mas foi adiado para esta semana para que durante o fim de semana fossem realizadas reuniões técnicas.
A Argentina e o FMI estão tentando chegar a um acordo sobre a renegociação dos vencimentos da dívida do país com a organização. A intenção do governo de Milei é adiar as primeiras parcelas deste ano, que vencem em 9 de janeiro (US$ 1,3 bilhão) e 16 de janeiro (US$ 650 milhões).
A dívida da Argentina com o FMI, com o qual assinou um acordo de refinanciamento em março de 2022, já chega a cerca de US$ 46 bilhões (R$ 224,4 bilhões) devido aos juros gerados.
Após sua posse, o libertário teve de recorrer a um empréstimo de curto prazo junto ao CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina no valor de US$ 960 milhões (R$ 4,6 bilhões) para pagar a parcela que vencia em 21 de dezembro.
O FMI apoiou as medidas do novo governo argentino, que têm como objetivo o ajuste fiscal, o corte de gastos públicos e a redução da emissão de moeda.