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Javier Milei, Argentina
O governo de Javier Milei, libertário da Argentina, testa plano para reerguer o país afundado em uma grave crise econômica| Foto: EFE/ Enrique García Medina

A Argentina poderá ter acesso a US$ 4,7 bilhões (R$ 22,9 bilhões) para pagar parte da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito da sétima revisão do programa de facilidades estendidas assinado com a instituição em 2022.

De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, que concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (10), este não é "um novo acordo", mas o governo do presidente Javier Milei se comprometeu a recuperar o existente, porque o outro "levaria muito mais tempo".

O governo argentino e a equipe técnica do FMI, com a qual autoridades locais se reuniram nos últimos dias, chegaram a um acordo de nível técnico que deve ser aprovado pela Direção Executiva e, se cumprido, vai liberar esses US$ 4,7 bilhões para ajudar no refinanciamento da dívida de US$ 44,5 bilhões (R$ 217 bilhões) que o país possui com a entidade.

Em um comunicado conjunto, a equipe do FMI, composta pelo vice-diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Luis Cubeddu; o chefe da missão na Argentina, Ashvin Ahuja; e o representante do FMI no país, Ben Kelmanson, considerou que o governo de Milei agiu "de forma rápida e decisiva para desenvolver e implementar um forte pacote de políticas com o objetivo de restaurar a estabilidade macroeconômica" antes do "grave desvio" do programa, em referência à administração anterior, liderada pelo peronista Alberto Fernández.

"As metas de déficit fiscal primário e dívida interna para o final de setembro não foram atingidas, e dados preliminares sugerem que as metas para o final do ano não foram atingidas por uma margem ainda maior", acrescentou o texto.

Caputo, que participou da coletiva com o presidente do Banco Central da Argentina (BCRA), Santiago Bausili, disse que a equipe do FMI enviará a recomendação "com as novas metas" no final de janeiro, o que, sujeito à aprovação da administração, permitirá o desembolso dos US$ 4,7 bilhões. "Esse desembolso não é dinheiro novo, é o dinheiro para pagar os vencimentos de capital que ocorreram em dezembro - quando tivemos de pedir à CAF -, janeiro e abril. Esses três vencimentos somam aproximadamente esse valor", explicou.

Além disso, segundo ele, a Argentina deve acrescentar US$ 600 milhões (R$ 2,9 trilhões) em juros em fevereiro. O acordo alcançado conclui a sétima revisão do programa de facilidades estendidas, assinado com a entidade em março de 2022, para refinanciar a dívida contraída em 2018 durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019).

A oitava será realizada em maio, como confirmou o ministro da Economia. Segundo Caputo, o programa "não inclui a contração de novas dívidas", já que, conforme reiterou, "a dívida contraída se deve apenas ao fato de o país gastar mais do que arrecada".

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